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Goya e os jogos: a imagem como análise
Anderson Pinheiro entrevista
o Prof. Dr. Ademir Gebara
Goya e os jogos: a imagem como análise
Anderson Pinheiro entrevista
o Prof. Dr. Ademir Gebara
Diálogo iniciado após deparar-me com o estudo desenvolvido pelo Prof. Dr. Ademir Gebara, Jogos e brincadeiras em Goya, sobre a análise histórica dos jogos e brincadeiras, antes da história dos esportes modernos, a partir das imagens contidas nas tapeçarias de Francisco de Goya (1746-1828). O referido texto despertou o interesse em questionar como uma imagem pode servir de base imagética de comprovação, de explanação ou mesmo de apoio às idéias de comportamentos humanos no transcorrer da história da humanidade. Nessa entrevista busquei conhecer mais sobre a pesquisa e os possíveis frutos desencadeados a partir do diálogo entre a imagem e os elementos essenciais dos jogos.
Anderson Pinheiro - Ler é atribuir significados, é interpretar o mundo produzindo sentidos, traduzindo-o para a sua própria codificação fato e imagens, tentativa de recontar a aventura humana por meios de linguagens.(i) Partindo dessa citação e tendo como apoio seu estudo sobre os jogos e as brincadeiras a partir das tapeçarias de Goya, gostaria de que falasse um pouco sobre seu processo de utilizar a leitura de imagem. Como começou?
Ademir Gebara - Na história do lazer e do esporte, há uma seção bastante complexa que é a seção das transições do brinquedo para o jogo e do jogo para o esporte. Eu trabalho com essa questão há muitos anos, ela é mais uma questão de história cultural do que história do esporte.
Encontrei, no trabalho do Huizingas (Homo Lundens, 2001), um problema de tradução, já que o livro foi escrito originalmente em alemão (Homo Ludens – vom Unprung der Kultur im Spiel) e no alemão só há uma palavra tanto para jogo quando para brincadeira. Para brincar e jogar é uma palavra só, assim como no espanhol, e diferente do português e do inglês, em que se tem a distinção de jogo e brincadeira.
Percebi isso e comecei a me interessar principalmente pelo fato do Huizingas iniciar seu livro dizendo que o jogo precede à cultura porque os animais também brincam.
Na verdade, o brincar é que precede à cultura, porque o jogar já implica a construção do universo simbólico. Inicia-se a construção de regras, ainda que o grupo que esteja brincando elabore as regras. O brincar implica socialização, mas não implica construção simbólica do que está sendo feito. Nesse sentido, um gato ou um cachorrinho brincam com uma bolinha, mas um humano, quando brinca, é capaz fazer da brincadeira um jogo e do jogo um esporte.
Quando estava na Espanha visitei o Museu do Prado, onde estava um conjunto grande de obras do Goya. Deparei-me com algumas tapeçarias em que ele retratou, bem no começo da carreira, jogos e brincadeiras cotidianas. Ali, observando as tapeçarias do Goya, comecei a pensar que uma análise daquelas figuras poderia me ajudar a compreender algumas sutilezas da transição do brincar para o jogar. Então comprei catálogos e livros sobre Goya, artista do qual eu já gostava muito.
Fui trabalhando nisso muito esporadicamente, porque eu era, naquele momento, professor da UNICAMP- orientava muitos trabalhos na área de história do esporte e história do lazer - e esse trabalho, apesar de ser algo que fermentava na minha cabeça, que não podia jogar no lixo, era um estudo que eu ainda não tinha uma dimensão de onde iria dar. Fui amadurecendo, fiz o primeiro ensaio (Jogos e brincadeiras em Goya, 2004) e apresentei no simpósio regional da ANPUH, que foi na UNICAMP.
Mais tarde, debatendo com alguns colegas, percebi que o ensaio era inconclusivo, que era apenas uma apresentação. Pensei que, mesmo não sabendo aonde eu iria chegar com aquilo, tinha que tentar avançar um pouco mais, e, de fato, na UEL (Universidade Estadual de Londrina) eu consegui terminar a análise dos quadros do Goya. Ampliei um pouco, consegui fazer uma análise um pouco mais detalhada. Foi um ano de observação, comecei a discutir com outras pessoas e percebi que as idéias variavam muito. Em Londrina, tive de, mais uma vez, admitir que o estudo ainda era inconclusivo. A questão era: aonde é que dá para chegar?
Não dava para dizer ainda que eu queria buscar ali elementos que discutiriam a transição, ou seja, por que determinadas táticas corporais se configuram como brincadeiras, outras como brincadeiras e jogos, outras como brincadeiras, jogos e esporte, e porque algumas sempre se configuram como brincadeiras.
Então, continuei a pesquisar e achei novos autores, novos pintores, como Brueghel (Pieter Brueghel, o velho. 1525?-1569), por exemplo, que pintou quase que 200 anos antes do Goya o quadro Jogos infantis (1560), no qual se encontram, mais ou menos, umas 80 brincadeiras. Também achei um autor, contemporâneo ao Goya, que já me permitiu chegar a algum lugar. É um Francês, chamado Fragonard (Jean Honoré Fragonard, 1732-1806), que foi um pintor da realeza na prévia revolução francesa, o que o difere de Goya, os padrões são inversos. O Fragonard estava pintando a nobreza e dentre seus quadros havia dois que me interessavam muito, principalmente o balanço (O Balanço, 1767).
Comecei a comparar. Assim como Fragonard, o Goya tinha uma pintura com um balanço. Ambos possuíam pinturas de “cabra-cega” (Le collinmaillard, Fragonarde, c.1770 e La Gallina Cega, Goya, c.1775/92). Comparando os fatos, foi possível evidenciar que, enquanto o Goya pintava uma família em que as crianças brincavam no balanço, o Fragonard pintava um casal no balanço. Ou seja, na verdade, não é a mesma atividade lúdica, existem múltiplas dimensões. No quadro de Goya, trata-se da família fazendo um piquenique. As crianças brincam, a mãe vigia-os, o pai observa-os de longe, todo mundo deitado, com um tipo de fundo, de emolduração da atividade lúdica. No caso do Fragonard não, é um casal nitidamente jogando o jogo da sedução.
Com esse estudo, eu vou ter uma análise de jogos e brincadeiras do século XVI, em que elas são mais úteis. O Goya e o Fragonard estão no XVIII. Aí eu vou voltar às pesquisas para captar mais. Estou me detendo na fase préesportiva, porque, na verdade, os esportes modernos só vão surgir no século XIX. Eu queria tentar efetuar a análise até o XIX para depois incorporar, com as pinturas, quadros que se refiram a esse assunto. É basicamente isso.
AP - Eu verifiquei que, no texto, o senhor faz uma análise dos cartões de tapeçaria de Goya, seja da posição dos personagens, da forma como eles olham, como eles estão vestidos e até dos próprios corpos, que estão em posições bem diferentes, dando a entender que as atividades eram diferentes ou teriam objetivos diferentes. Há um quadro (Los Zangos, c.1775/92), por exemplo, que mostra personagens uniformizados em cima de pernas de pau e uma moça, numa janela, no lado direito da cena. O senhor diz que parece que eles levam um recado para ela. Existe toda uma organização excessiva que cria uma estratégia. No quadro de Brueghel também há, numa mesma cena, um excesso que é muito pertinente aos temas dele. Em qualquer um deles é possível fazer leituras. Será que, no contexto atual, já que “ler é atribuir significado”, inclusive significados contemporâneos, analisar o conteúdo e a forma como cada um deles foi representado, não modifica ou direciona sua pesquisa?
AG - No primeiro momento, quando comecei a discutir essas coisas, o Edgar DeDecca, uma pessoa com a qual eu tenho uma relação acadêmica bastante constante, disse-me algo assim. Eu pensei um bocado e vi que eu estava propondo uma profunda análise não estética. Na verdade, toda análise é estética, mas não predominantemente estética. Eu estava propondo uma análise que fosse capaz de centrar na atividade motora registrada pelo pintor, ou seja, o resto seria paisagem e molduração da arte. Interessavame saber que tipo de atividade motora havia ali e que contexto se constrói a partir dessa atividade.
Por exemplo, aquele quadro ao qual você se refere é muito interessante. Duas pessoas nas pernas de pau, uniformizadas, com dois jovens, também uniformizados com as mesmas cores no chão. Evidentemente, aquele tipo que está uniformizado sugere algum tipo de atividade profissional, eles estavam nitidamente chamando a atenção, tanto pela perna de pau, quanto pelo uniforme. Estão mostrando que o grupo tinha uma função que os unificava. Poderia ser um meio de comunicação da época, que o Goya retratou ou, simplesmente, um meio de comunicação, de comunicar um evento e de fazer com que essa comunicação fosse bastante observada.
Agora, no meu caso, a análise que eu faço é importante porque é um registro de uma forma de atividade motora que envolve certa técnica, certo nível de profissionalização sugerido pelos uniformes. Só eles estavam uniformizados e a atividade era exercida numa rua, numa praça e não num local específico. Assim como nos outros tapetes de Goya, em que não há nada além de um campo, uma ravina.
Ele estava ensinando como fazer aquilo onde houvesse gente, onde se caracterizava a urbe. É uma atividade física que não evolui para o jogo. Não tem uma atividade, um jogo conhecido e divulgado que seja feito com pernas de pau, você no máximo consegue saber sobre uma corrida com algo parecido com uma muleta.
Embora propondo um universo lúdico, a ação motora não é, necessariamente, uma brincadeira ou um jogo. Isso tem conseqüências teóricas, porque você vai ao jogador de futebol profissional, por exemplo, ele não está brincando. A platéia, o público, o espectador têm uma referência lúdica em relação à ação profissional do jogador, mas o jogador não necessariamente. Ele até pode executar ação de forma prazerosa, ou seja, o que significa brincadeira para alguns, significa atividade profissional para outros.
Não sou historiador da arte, eu apenas achei interessante esse link que serviria de documento para o tipo de problema que estou formulando há anos. Por outro lado, minha formação como historiador me permite trabalhar com múltiplas formas de documentos, muitos tipos de documentos. Mas, mesmo para os historiadores, o uso de quadros e pinturas não é muito comum; é raro. Você até encontra alguns profissionais que usam a imagem, mas como reforço do diagnóstico, como um exemplo de diagnóstico e não como um documento base.
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i AZEVEDO, Fernando - XV Congresso Nacional da Federação de Arte-Educadores do
Brasil - Brasília, 2006.
Anderson Pinheiro - Ler é atribuir significados, é interpretar o mundo produzindo sentidos, traduzindo-o para a sua própria codificação fato e imagens, tentativa de recontar a aventura humana por meios de linguagens.(i) Partindo dessa citação e tendo como apoio seu estudo sobre os jogos e as brincadeiras a partir das tapeçarias de Goya, gostaria de que falasse um pouco sobre seu processo de utilizar a leitura de imagem. Como começou?
Ademir Gebara - Na história do lazer e do esporte, há uma seção bastante complexa que é a seção das transições do brinquedo para o jogo e do jogo para o esporte. Eu trabalho com essa questão há muitos anos, ela é mais uma questão de história cultural do que história do esporte.
Encontrei, no trabalho do Huizingas (Homo Lundens, 2001), um problema de tradução, já que o livro foi escrito originalmente em alemão (Homo Ludens – vom Unprung der Kultur im Spiel) e no alemão só há uma palavra tanto para jogo quando para brincadeira. Para brincar e jogar é uma palavra só, assim como no espanhol, e diferente do português e do inglês, em que se tem a distinção de jogo e brincadeira.
Percebi isso e comecei a me interessar principalmente pelo fato do Huizingas iniciar seu livro dizendo que o jogo precede à cultura porque os animais também brincam.
Na verdade, o brincar é que precede à cultura, porque o jogar já implica a construção do universo simbólico. Inicia-se a construção de regras, ainda que o grupo que esteja brincando elabore as regras. O brincar implica socialização, mas não implica construção simbólica do que está sendo feito. Nesse sentido, um gato ou um cachorrinho brincam com uma bolinha, mas um humano, quando brinca, é capaz fazer da brincadeira um jogo e do jogo um esporte.
Quando estava na Espanha visitei o Museu do Prado, onde estava um conjunto grande de obras do Goya. Deparei-me com algumas tapeçarias em que ele retratou, bem no começo da carreira, jogos e brincadeiras cotidianas. Ali, observando as tapeçarias do Goya, comecei a pensar que uma análise daquelas figuras poderia me ajudar a compreender algumas sutilezas da transição do brincar para o jogar. Então comprei catálogos e livros sobre Goya, artista do qual eu já gostava muito.
Fui trabalhando nisso muito esporadicamente, porque eu era, naquele momento, professor da UNICAMP- orientava muitos trabalhos na área de história do esporte e história do lazer - e esse trabalho, apesar de ser algo que fermentava na minha cabeça, que não podia jogar no lixo, era um estudo que eu ainda não tinha uma dimensão de onde iria dar. Fui amadurecendo, fiz o primeiro ensaio (Jogos e brincadeiras em Goya, 2004) e apresentei no simpósio regional da ANPUH, que foi na UNICAMP.
Mais tarde, debatendo com alguns colegas, percebi que o ensaio era inconclusivo, que era apenas uma apresentação. Pensei que, mesmo não sabendo aonde eu iria chegar com aquilo, tinha que tentar avançar um pouco mais, e, de fato, na UEL (Universidade Estadual de Londrina) eu consegui terminar a análise dos quadros do Goya. Ampliei um pouco, consegui fazer uma análise um pouco mais detalhada. Foi um ano de observação, comecei a discutir com outras pessoas e percebi que as idéias variavam muito. Em Londrina, tive de, mais uma vez, admitir que o estudo ainda era inconclusivo. A questão era: aonde é que dá para chegar?
Não dava para dizer ainda que eu queria buscar ali elementos que discutiriam a transição, ou seja, por que determinadas táticas corporais se configuram como brincadeiras, outras como brincadeiras e jogos, outras como brincadeiras, jogos e esporte, e porque algumas sempre se configuram como brincadeiras.
Então, continuei a pesquisar e achei novos autores, novos pintores, como Brueghel (Pieter Brueghel, o velho. 1525?-1569), por exemplo, que pintou quase que 200 anos antes do Goya o quadro Jogos infantis (1560), no qual se encontram, mais ou menos, umas 80 brincadeiras. Também achei um autor, contemporâneo ao Goya, que já me permitiu chegar a algum lugar. É um Francês, chamado Fragonard (Jean Honoré Fragonard, 1732-1806), que foi um pintor da realeza na prévia revolução francesa, o que o difere de Goya, os padrões são inversos. O Fragonard estava pintando a nobreza e dentre seus quadros havia dois que me interessavam muito, principalmente o balanço (O Balanço, 1767).
Comecei a comparar. Assim como Fragonard, o Goya tinha uma pintura com um balanço. Ambos possuíam pinturas de “cabra-cega” (Le collinmaillard, Fragonarde, c.1770 e La Gallina Cega, Goya, c.1775/92). Comparando os fatos, foi possível evidenciar que, enquanto o Goya pintava uma família em que as crianças brincavam no balanço, o Fragonard pintava um casal no balanço. Ou seja, na verdade, não é a mesma atividade lúdica, existem múltiplas dimensões. No quadro de Goya, trata-se da família fazendo um piquenique. As crianças brincam, a mãe vigia-os, o pai observa-os de longe, todo mundo deitado, com um tipo de fundo, de emolduração da atividade lúdica. No caso do Fragonard não, é um casal nitidamente jogando o jogo da sedução.
Com esse estudo, eu vou ter uma análise de jogos e brincadeiras do século XVI, em que elas são mais úteis. O Goya e o Fragonard estão no XVIII. Aí eu vou voltar às pesquisas para captar mais. Estou me detendo na fase préesportiva, porque, na verdade, os esportes modernos só vão surgir no século XIX. Eu queria tentar efetuar a análise até o XIX para depois incorporar, com as pinturas, quadros que se refiram a esse assunto. É basicamente isso.
AP - Eu verifiquei que, no texto, o senhor faz uma análise dos cartões de tapeçaria de Goya, seja da posição dos personagens, da forma como eles olham, como eles estão vestidos e até dos próprios corpos, que estão em posições bem diferentes, dando a entender que as atividades eram diferentes ou teriam objetivos diferentes. Há um quadro (Los Zangos, c.1775/92), por exemplo, que mostra personagens uniformizados em cima de pernas de pau e uma moça, numa janela, no lado direito da cena. O senhor diz que parece que eles levam um recado para ela. Existe toda uma organização excessiva que cria uma estratégia. No quadro de Brueghel também há, numa mesma cena, um excesso que é muito pertinente aos temas dele. Em qualquer um deles é possível fazer leituras. Será que, no contexto atual, já que “ler é atribuir significado”, inclusive significados contemporâneos, analisar o conteúdo e a forma como cada um deles foi representado, não modifica ou direciona sua pesquisa?
AG - No primeiro momento, quando comecei a discutir essas coisas, o Edgar DeDecca, uma pessoa com a qual eu tenho uma relação acadêmica bastante constante, disse-me algo assim. Eu pensei um bocado e vi que eu estava propondo uma profunda análise não estética. Na verdade, toda análise é estética, mas não predominantemente estética. Eu estava propondo uma análise que fosse capaz de centrar na atividade motora registrada pelo pintor, ou seja, o resto seria paisagem e molduração da arte. Interessavame saber que tipo de atividade motora havia ali e que contexto se constrói a partir dessa atividade.
Por exemplo, aquele quadro ao qual você se refere é muito interessante. Duas pessoas nas pernas de pau, uniformizadas, com dois jovens, também uniformizados com as mesmas cores no chão. Evidentemente, aquele tipo que está uniformizado sugere algum tipo de atividade profissional, eles estavam nitidamente chamando a atenção, tanto pela perna de pau, quanto pelo uniforme. Estão mostrando que o grupo tinha uma função que os unificava. Poderia ser um meio de comunicação da época, que o Goya retratou ou, simplesmente, um meio de comunicação, de comunicar um evento e de fazer com que essa comunicação fosse bastante observada.
Agora, no meu caso, a análise que eu faço é importante porque é um registro de uma forma de atividade motora que envolve certa técnica, certo nível de profissionalização sugerido pelos uniformes. Só eles estavam uniformizados e a atividade era exercida numa rua, numa praça e não num local específico. Assim como nos outros tapetes de Goya, em que não há nada além de um campo, uma ravina.
Ele estava ensinando como fazer aquilo onde houvesse gente, onde se caracterizava a urbe. É uma atividade física que não evolui para o jogo. Não tem uma atividade, um jogo conhecido e divulgado que seja feito com pernas de pau, você no máximo consegue saber sobre uma corrida com algo parecido com uma muleta.
Embora propondo um universo lúdico, a ação motora não é, necessariamente, uma brincadeira ou um jogo. Isso tem conseqüências teóricas, porque você vai ao jogador de futebol profissional, por exemplo, ele não está brincando. A platéia, o público, o espectador têm uma referência lúdica em relação à ação profissional do jogador, mas o jogador não necessariamente. Ele até pode executar ação de forma prazerosa, ou seja, o que significa brincadeira para alguns, significa atividade profissional para outros.
Não sou historiador da arte, eu apenas achei interessante esse link que serviria de documento para o tipo de problema que estou formulando há anos. Por outro lado, minha formação como historiador me permite trabalhar com múltiplas formas de documentos, muitos tipos de documentos. Mas, mesmo para os historiadores, o uso de quadros e pinturas não é muito comum; é raro. Você até encontra alguns profissionais que usam a imagem, mas como reforço do diagnóstico, como um exemplo de diagnóstico e não como um documento base.
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i AZEVEDO, Fernando - XV Congresso Nacional da Federação de Arte-Educadores do
Brasil - Brasília, 2006.
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