Dialogue + Dialoog + 對話 + Dialog + Диалог + Διάλογος + 대화

[do grego diálogos, pelo latim dialogus] – 1. Entendimento através da palavra, conversação, colóquio, comunicação. 2. Discussão ou troca de idéias, conceitos, opiniões, objetivando a solução de problemas e a harmonia. [dialogosentrearteepublico@gmail.com]

Pesquisar este blog



A Prefeitura do Recife, através da Fundação de Cultura Cidade do Recife, com o apoio do Museu do Homem do Nordeste, da Rede de Educadores em Museus e Instituições Culturais em Pernambuco e da AESO – Faculdades Integradas Barros Melo, convida para o 4º Encontro Diálogos entre Arte e Público, de 05 a 06 de outubro de 2009.

O encontro promove a discussão e a divulgação de pesquisas e experiências que vão ao encontro da potencialização do inter-relacionamento entre arte e público, reunindo profissionais que, atuando em diferentes contextos de mediação cultural, possuam trabalhos de referência na área.

Nesta edição, o encontro propõe o seguinte questionamento “Educadores entre museus e salas de aula: que diálogos são esses?”, a partir do qual busca refletir acerca das estratégias colaborativas que agregam tanto os educadores que atuam em instituições culturais, como os educadores cuja atuação se dá no campo da educação formal.

Com essa discussão pretende-se colaborar para a construção de novas e mais consolidadas parcerias entre esses atores, responsáveis pela dinamização da democratização cultural.

Programação

05 de outubro de 2009
[segunda-feira]


MUSEU DO HOMEM DO NORDESTE

9h00 | Credenciamento dos participantes

10h | Laboratório Metodológico
Convidadas: Rejane Coutinho (SP) | Miriam Celeste (SP)
Sinopse: Debate informal sobre estratégias de mediação a partir do espaço expositivo do Museu do Homem do Nordeste. No laboratório, os participantes buscarão formas de dialogar com a exposição, mapeando limites e possibilidades dessa mediação em diferentes contextos.
30 vagas (15 pessoas com cada palestrante).

14h00 | Abertura do Encontro

14h30 | Primeiro Diálogo
Debate: Formação de educadores entre museus e sala de aula.
Partindo de algumas questões pertinentes quanto à formação do educador de museu/mediador cultural e do educador de sala de aula/professor, as suas principais queixas e as possibilidades de efetuar parcerias entre ambos, o Primeiro Diálogo será direcionado, através das experiências das palestrantes em conjunto com as vivências com o público no Laboratório Metodológico, na busca de uma visualização sobre quais os diálogos que são possíveis de serem executados entre as partes envolvidas. Tentando assim compreender quais os melhores meios de encontrar conexões de atividades/ações desses educadores e suas formações recebidas durante os encontros pedagógicos nos museus.
Convidadas: Rejane Coutinho (SP) | Miriam Celeste (SP)
Mediação: Joana D’arc de Souza Lima (PE)

16h30 | Hora do Café

17h | Reflexões Coletivas

06 de outubro de 2009
[terça-feira]

AESO – Faculdade Integradas Barros Melo
8h30 | Oficina: Mediações intermidiáticas em vivências estético-digitais.
Convidada: Fernanda Cunha (GO)
Sinopse: O objetivo da oficina é proporcionar experiências intermidiáticas através da inter-relação dos meios digitais e não-digitais como mediadores nas vivências estético-digitais.
15 vagas


MUSEU DO HOMEM DO NORDESTE

9h00 | Laboratório Metodológico
Convidada: Renata Bittencourt (SP)
Sinopse: Debate informal sobre estratégias de mediação problematizando a inserção de recursos tecnológicos como campo de possibilidades de mediação em espaços expositivos a partir da nova exposição do Museu do Homem do Nordeste. No laboratório, os participantes buscarão formas de dialogar com a exposição, mapeando limites e possibilidades dessa mediação em diferentes contextos.
15 vagas

14h | Segundo Diálogo
Debate: Interseções entre mediação cultural e linguagens midiáticas
O uso recorrente das novas tecnologias no cotidiano tem nos levado a deparar com as possibilidades pedagógicas presente em seus processos dialogais. Por outro lado, percebemos como a inserção do uso dessas tecnologias como registro de visita a espaços museais e culturais tem transtornado as ações de mediação desses setores educativos. Às vezes, esses recursos tecnológicos fazem parte da própria expografia museográfica servindo como recurso propositivo de mediação. Partindo dessas situações o Segundo Diálogo pretende dialogar com as ações efetuadas tanto na Oficina como no Laboratório Metodológico sobre das novas tecnologias como recursos educacionais, seja no espaço escolar como no museal, refletindo sobre a possibilidade de utilizá-los como recursos propositivos complementar para a mediação/educação.
Convidadas: Fernanda Cunha (GO) | Renata Bittencourt (SP)
Mediação: Sandra Helena Rodrigues (PE)

16h | Hora do Café

16h30 | Reflexões Coletivas

17h30 | Lançamento da Publicação
Diálogos entre Arte e Público - Anderson Pinheiro (PE)
As idéias presentes nos diálogos de cada autor e autora demonstram, através de artigos, ensaios e relatos de experiências, ações que são possíveis de serem executadas pelos Educadores entre museus e sala de aula. Essa segunda edição da publicação foi organizada também com muito diálogo de modo que fosse possível invadir o lugar de cada um e construir um espaço coletivo que são aqui apresentados em quatro eixos, “Imagem e Tecnologia”, “Mediação e Arte Contemporânea”, “Educadores entre museus e sala de aula” e “A Criança e o Museu”.


Participações Confirmadas


Fernanda Cunha (GO)

Possui graduação em Educação Artística - Licenciatura Plena pela Fundação Armando Álvares Penteado (1997), especialização em Ensino, Arte e Cultura pela Universidade de São Paulo (2001), mestrado em Artes pela Universidade de São Paulo (2004) e doutorado em Artes pela Universidade de São Paulo (2008). Atualmente é professora adjunta da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (FAV/UFG), Membro do Comitê Interno do Programa Institucional de Iniciação Científica (PIBIC) da UFG e Membro da Comissão da Pesquisa da FAV/UFG. Tem experiência na área de Arte/Educação, com ênfase em Tecnologias digitais, atuando principalmente nos seguintes temas: intermídia, educação digital, e- arte/educação.

Joana D’Arc de Souza Lima (PE)

Doutoranda em História no Departamento de História da Universidade Federal de Pernambuco, mestre em Sociologia pela Universidade Estadual Paulista, especialista em Mediação Cultural pela Agecif em Paris/França. Coordenadora do Programa Educativo dos Salões de Artes Plásticas de 2000 a 2005. Atualmente bolsista do Salão de Artes de Pernambuco na categoria bolsa pesquisa e da Funarte. Prêmio Rumos Educação, Cultura e Arte do Cultural Itaú, edição 2008-2010, com o trabalho de coordenação do educativo do Instituto Ricardo Brennand de 2002 a 2008.

Mirian Celeste Martins (SP)

Graduada em Licenciatura em Desenho e Plástica (1970), mestrado em Artes pela ECA/ Universidade de São Paulo (1992) e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (1999). Atualmente é docente do curso de pós-graduação "Educação, Arte e História da Cultura" na Universidade Presbiteriana Mackenzie e sócia-diretora do Rizoma Cultural. É co-responsável pela Proposta Curricular de Arte da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo. Coordenadora do Grupos de Pesquisa em Mediação desde 2003. Tem experiência em formação de educadores, não só de Arte, atuando principlamente nos seguintes campos: mediação cultural, arte, ensino de arte, currículo, educação e formação de educadores.

Rejane Galvão Coutinho (SP)

Graduada em Educação Artística pela Universidade Federal de Pernambuco (1988), mestre (1998) e doutora (2002) em Artes pela ECA/USP. Atualmente é professora do Instituto de Artes da UNESP, Campus São Paulo, onde atua na graduação e é coordenadora do Programa de Pós-graduação em Artes. Integra o Arteducação Produções, equipe que desenvolve e pesquisa mediação cultural, tem experiência na área de Arte/Educação, atuando principalmente com formação de arte/educadores, professores e mediadores culturais.

Renata Bittencourt (SP)

Foi bolsista da Fulbright no Smithsonian Institution. Possui especializações pela ECA-USP [Gestão de Processos Comunicacionais] e pelo MAC-USP [Estudos de Museus de Arte], mestrado em História da Arte orientada pelo Prof. Dr. Jorge Coli pela Universidade Estadual de Campinas (2005) onde atualmente desenvolve doutorado. Coordena a área de Educação Cultural do Itaú Cultural desde 2002 onde coordena o programa nacional Rumos Educação Cultura e Arte, organiza publicações, programas para TV e ações de formação relacionadas a diferentes linguagens artísticas. É responsável pelo atendimento ao público nas exposições temporárias e no Museu de Numismática. Além de passagens por outras instituições, foi coordenadora do Museu da Cidade de Campinas, coordenou o projeto de monitoria na Mostra do Redescobrimento Brasil 500 anos e atuou na Coleção Brasiliana – Fundação Estudar como pesquisadora.

Sandra Helena Pereira Rodrigues (PE)

Graduada em Comunicação Visual pela Universidade Federal de Pernambuco. Especialista em Gestão Estratégica em TI e Mestra em Gestão de Políticas Públicas em C&T. É coordenadora do laboratório de Ensino a Distância Dosa Monteiro da Fundação Joaquim Nabuco. Consultora da Class Informática de São Paulo, quanto ao uso do software educacional Visual Class. É docente do Curso de Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda da Escola Superior de Marketing - ESM. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em TICs, atuando principalmente nos seguintes temas: tecnologia, educação à distância, multimídia e cibercultura.

As inscrições são gratuitas
Para efetuar a inscrição envie um email para dialogosentrearteepublico@gmail.com contendo seus Dados Pessoais e Profissionais (nome completo, endereço, formação, telefones de contato, local de trabalho, endereço do local de trabalho) e se há interesse em participar em algum dos Laboratórios Metodológicos/Oficinas (qual?). Aguarde confirmação da inscrição por email!

Maiores informações na Gerência Operacional de Artes Visuais e Design pelos telefones:
(81) 3232 1510 / 3232 1525 ou pelo portal www.artesvisuaisrecife.org; http://dialogosentrearteepublico.blogspot.com/


Locais de Realização


MUHNE - Museu do Homem do Nordeste: Avenida 17 de agosto, 2187 (Casa Forte - Recife)
AESO - Faculdades Integradas Barros Melo: Avenida Transamazônica, 405, (Jardim Brasil II - Olinda)

Participem!

Diálogos entre Arte e Público Educadores entre museus e sala de aula: que diálogos são esses?

Diálogos entre Arte e Público

Educadores entre museus e sala de aula: que diálogos são esses?




A Prefeitura do Recife, através da Fundação de Cultura Cidade do Recife, com o apoio do Museu do Homem do Nordeste e da Rede de Educadores em Museus e Instituições Culturais em Pernambuco, convidam para o 4º Encontro Diálogos entre Arte e Público, de 05 a 06 de outubro de 2009.



O encontro promove a discussão e a divulgação de pesquisas e experiências que vão ao encontro da potencialização do inter-relacionamento entre arte e público, reunindo profissionais que, atuando em diferentes contextos de mediação cultural, possuam trabalhos de referência na área.



Nesta edição, o encontro propõe o seguinte questionamento “Educadores entre museus e salas de aula: que diálogos são esses?”, a partir do qual busca refletir acerca das estratégias colaborativas que agregam tanto os educadores que atuam em instituições culturais, como os educadores cuja atuação se dá no campo da educação formal.



Com essa discussão pretende-se colaborar para a construção de novas e mais consolidadas parcerias entre esses atores, responsáveis pela dinamização da democratização cultural.


Lançamento da Publicação Diálogos entre Arte e Público - Anderson Pinheiro (org.)

As idéias presentes nos diálogos de cada autor e autora demonstram, através de artigos, ensaios e relatos de experiências, ações que são possíveis de serem executadas pelos Educadores entre museus e sala de aula. Essa segunda edição da publicação foi organizada também com muito diálogo de modo que fosse possível invadir o lugar de cada um e construir um espaço coletivo que são aqui apresentados em quatro eixos, “Imagem e Tecnologia”, “Mediação e Arte Contemporânea”, “Educadores entre museus e sala de aula” e “A Criança e o Museu”.



Participações Confirmadas




Fernanda Cunha (GO)

Possui graduação em Educação Artística - Licenciatura Plena pela Fundação Armando Álvares Penteado (1997), especialização em Ensino, Arte e Cultura pela Universidade de São Paulo (2001), mestrado em Artes pela Universidade de São Paulo (2004) e doutorado em Artes pela Universidade de São Paulo (2008). Atualmente é professora adjunta da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (FAV/UFG), Membro do Comitê Interno do Programa Institucional de Iniciação Científica (PIBIC) da UFG e Membro da Comissão da Pesquisa da FAV/UFG. Tem experiência na área de Arte/Educação, com ênfase em Tecnologias digitais, atuando principalmente nos seguintes temas: intermídia, educação digital, e- arte/educação.



Joana D’Arc de Souza Lima (PE)


Doutoranda em História no Departamento de História da Universidade Federal de Pernambuco, mestre em Sociologia pela Universidade Estadual Paulista, especialista em Mediação Cultural pela Agecif em Paris/França. Coordenadora do Programa Educativo dos Salões de Artes Plásticas de 2000 a 2005. Atualmente bolsista do Salão de Artes de Pernambuco na categoria bolsa pesquisa e da Funarte. Prêmio Rumos Educação, Cultura e Arte do Cultural Itaú, edição 2008-2010, com o trabalho de coordenação do educativo do Instituto Ricardo Brennand de 2002 a 2008.



Mirian Celeste Martins (SP)


Graduada em Licenciatura em Desenho e Plástica (1970), mestrado em Artes pela ECA/ Universidade de São Paulo (1992) e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (1999). Atualmente é docente do curso de pós-graduação "Educação, Arte e História da Cultura" na Universidade Presbiteriana Mackenzie e sócia-diretora do Rizoma Cultural. É co-responsável pela Proposta Curricular de Arte da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo. Coordenadora do Grupos de Pesquisa em Mediação desde 2003. Tem experiência em formação de educadores, não só de Arte, atuando principlamente nos seguintes campos: mediação cultural, arte, ensino de arte, currículo, educação e formação de educadores.



Rejane Galvão Coutinho (SP)


Graduada em Educação Artística pela Universidade Federal de Pernambuco (1988), mestre (1998) e doutora (2002) em Artes pela ECA/USP. Atualmente é professora do Instituto de Artes da UNESP, Campus São Paulo, onde atua na graduação e é coordenadora do Programa de Pós-graduação em Artes. Integra o Arteducação Produções, equipe que desenvolve e pesquisa mediação cultural, tem experiência na área de Arte/Educação, atuando principalmente com formação de arte/educadores, professores e mediadores culturais.


Renata Bittencourt (SP)

Foi bolsista da Fulbright no Smithsonian Institution. Possui especializações pela ECA-USP [Gestão de Processos Comunicacionais] e pelo MAC-USP [Estudos de Museus de Arte], mestrado em História da Arte orientada pelo Prof. Dr. Jorge Coli pela Universidade Estadual de Campinas (2005) onde atualmente desenvolve doutorado. Coordena a área de Educação Cultural do Itaú Cultural desde 2002 onde coordena o programa nacional Rumos Educação Cultura e Arte, organiza publicações, programas para TV e ações de formação relacionadas a diferentes linguagens artísticas. É responsável pelo atendimento ao público nas exposições temporárias e no Museu de Numismática. Além de passagens por outras instituições, foi coordenadora do Museu da Cidade de Campinas, coordenou o projeto de monitoria na Mostra do Redescobrimento Brasil 500 anos e atuou na Coleção Brasiliana – Fundação Estudar como pesquisadora.



Sandra Helena Pereira Rodrigues (PE)

Graduada em Comunicação Visual pela Universidade Federal de Pernambuco. Especialista em Gestão Estratégica em TI e Mestra em Gestão de Políticas Públicas em C&T. É coordenadora do laboratório de Ensino a Distância Dosa Monteiro da Fundação Joaquim Nabuco. Consultora da Class Informática de São Paulo, quanto ao uso do software educacional Visual Class. É docente do Curso de Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda da Escola Superior de Marketing - ESM. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em TICs, atuando principalmente nos seguintes temas: tecnologia, educação à distância, multimídia e cibercultura.



As inscrições são gratuitas


Maiores informações na Gerência Operacional de Artes Visuais e Design pelos telefones:

(81) 3232 1510 / 3232 1525 ou pelo portal www.artesvisuaisrecife.org; http://dialogosentrearteepublico.blogspot.com/
dialogosentrearteepublico@gmail.com


Locais de Realização

MUHNE - Museu do Homem do Nordeste: Avenida 17 de agosto, 2187 (Casa Forte - Recife)
AESO - Faculdades Integradas Barros Melo: Avenida Transamazônica, 405, (Jardim Brasil II - Olinda)

Participem!

SUMÁRIO FINAL DA PUBLICAÇÃO A SER LANÇADA EM 06 DE OUTUBRO DE 2009

2º. CADERNO DE TEXTOS DIÁLOGOS ENTRE ARTE & PÚBLICO

00_ Uma fonte borbulhante de palavras límpidas. (Dida Maia)
00_Apresentação “naquele instante eu via o mundo” (Márcio Almeida)
00_Diálogos 2009 (Regina Buccini)
00_Sobre Educadores em museus e salas de aula (Anderson Pinheiro)

A) Imagem e tecnologia

01_A Imagem como ferramenta pedagógica (Eliana Giro Sartorato)
A comunicação é uma necessidade do homem e, ao longo dos séculos, a prioridade na escola tem sido a palavra escrita. Se reconhecermos a importância da imagem no processo de ensino e aprendizagem, o seu uso pode facilitar a ampliação do saber ler, interpretar e utilizar textos audiovisuais.
Palavras-chave: Educação. Formação de professores. Leitura de imagem

02_As imagens e seus objetos – uma reflexão sobre a fotografia como prática no espaço do museu. (Carlos Lima)
A fotografia cada vez mais tem se configurado como uma prática cotidiana, utilizada como recurso para fixação das experiências vivenciadas. Este artigo apresenta uma reflexão sobre a prática fotográfica no espaço do museu como mediadora da experiência entre o observador e os objetos.
Palavras-chave: Fotografia. Mediação. Museu

03_Fruidor de Arte versus Educação Digital Crítica (Fernanda P. Cunha)
A comunicação metalingüística presente em nossas vidas integra nossas expressões escritas, orais e audiovisuais, as quais compõem a cultura digital, impondo a necessidade de os dirigentes de ensino, bem como os educadores, reavaliarem os atuais programas educacionais; reavaliação esta que também deve ocorrer nas políticas educativas e nos processos de ensino/aprendizagem, para que possam se estabelecer outros paradigmas educacionais, convergentes com as novas formas de expressão e de cultura.
Palavras-chave: educação digital crítica, e-arte/educação, mediação intermidiática

04_O Olhar Fotográfico no Museu: Uma experiência no Instituto Ricardo Brennand. (Vanessa Adriano Marinho)
Este artigo traz um relato de experiência da visita temática O Olhar Fotográfico no Museu, desenvolvida dentro da Ação Educativa do Instituto Ricardo Brennand, criada a partir de pesquisa bibliográfica sobre o tema, com o objetivo de aproveitar o recurso da fotografia como um novo meio de fruição dentro e fora do espaço do museu.
Palavras-chave: Fotografia. Museu. Visita temática.

B) Mediação e arte contemporânea

05_Educação cultural no Museu de Numismática Herculano Pires: problemas e soluções no diálogo entre público e coleção (Marina F. V. Silveira; Daniela de Lima;
Thiago Borazanian - Equipe de Atendimento Educativo do Museu de Numismática Herculano Pires – Instituto Itaú Cultural)
As ações educativas realizadas pela equipe do Núcleo de Educação Cultural do Instituto Itaú Cultural têm o Museu de Numismática Herculano Pires como palco para o desenvolvimento de ações específicas onde atuam com a elaboração e o aprimoramento das estratégias de mediação como mostra nessa experiência de uma visita realizada por um grupo de estudantes universitários.
Palavras-chave: Ação educativa. Mediação. Experiência.

06_ Apertando os laços (Laura Rodrigues)
O esforço em se criar uma interatividade entre grupos escolares e museus gera diversas vezes resultados positivos, mas raramente resultados substanciais que acarretem uma consequente continuidade e aprofundamento do trabalho. A partir de uma descrição reflexiva e uma experiência pessoal no CCBB-DF, será feita uma tentativa de apresentar soluções de longo prazo para eliminar o ‘vácuo’ existente entre a visita ao museu e a atividade escolar.
Palavras-chave: Museu. Arte. Público.

07_A Pedagogia transformadora da arte contemporânea (Greice Cohn)
Este trabalho se concentra no ensino da arte contemporânea, avaliando as transformações trazidas por esta abordagem da arte ao universo pedagógico, tanto na atitude dos docentes quanto discente, propondo, assim, uma reflexão sobre o potencial pedagógico com vistas ao desenvolvimento de práticas fundamentadas.
Palavras-chave: Ensino de Arte. Arte contemporânea. Pedagogia da arte.

08_ “Arte: impressão e expressão que transforma” – Constatação de uma prática pedagógica através de projetos coletivos (Flávia Roberta Costa)
A prática pedagógica na escola pode ser norteada pela execução de projeto pedagógico interdisciplinar. Acreditando nisso, o presente artigo pretende apresentar uma experiência de projeto de Arte no ano de 2008, executado com a turma do 2º ano do ensino médio na Escola Mater Christi, em Recife, cuja ação culminou numa mostra com participação direta dos alunos envolvidos com a Arte Contemporânea.
Palavras-chave: Planejamento de projeto. Arte Contemporânea. Ensino de Arte.

09_ Experiências educativas com a produção contemporânea em Salões de Artes Plásticas de Pernambuco: Diálogos potencializados na relação Escola/Museu e Escola/Arte Contemporânea (Joana D’Arc de Sousa Lima)
No contexto das instituições culturais no Recife — museus, institutos de cultura e galerias —, o trabalho com caráter de formação e expansão do universo cultural de públicos diversos tem crescido, e o exercício de ações, atividades e, em alguns casos, curadorias educativas, gestadas pelos “setores educativos”, dão a tônica e humanizam esses lugares potencializando experiências educativas.
Palavras-chave: Mediação. Arte contemporânea. Salões de artes plásticas.

C) Educadores entre museus e sala de aula

10_ Sobre a formação de professores e os ipês amarelos (Maria Angela Serri Francoio)
O artigo trata das experiências dos professores de áreas diversas no curso Acervo: Roteiros de Visita, no qual é apresentado o material didático com o objetivo de estimular a proximidade de professores e alunos com as obras do acervo do MAC USP.
Palavras-chave: Formação de professores. Experiência. Processos de criação.

11_ A metodologia experimental utilizada nos programas de formação para professores: Projeto Descentralizando o Acesso – visitas escolares à Inhotim (Maria Clara Martins Rocha; María Eugenia Salcedo Repolês)
Este artigo tem por objeto a discussão da metodologia aplicada no programa de formação para professores do projeto Descentralizando o Acesso - visitas escolares à Inhotim desenvolvido no Instituto Inhotim em Brumadinho/MG, que é baseada na experimentação e valorização da vivência como construção de conteúdo para a sala de aula a partir do acervo de arte contemporânea do Instituto Inhotim.
Palavras-chave: Metodologia experimental. Formação de professores. Arte contemporânea.

12_ Arte-Educación, Mediación Y Contextos Culturales - Educación Artística Nómada: ¿Importa el lugar? Carmen Lidón Beltrán Mir)
Este texto se apoya en dos campos de trabajo: el de la formación de estudiantes de Bellas Artes que eligen las asignaturas de educación artística y el de una investigación sobre Departamentos de Educación y Acción Cultural de Museos de Arte Contemporáneo europeos. Trata de identificar algunos aspectos que considero importantes en la práctica de la educación artística y que podrían aplicarse a diferentes contextos, sea cual fuera el lugar en el que se desarrollaran (museos ó escuelas). Espero ofrecer elementos de análisis y poder abrir interrogantes que permitan auto cuestionar el trabajo personal de cada lector.
Palavras-chave: Ensino da arte. Arte Contemporânea. Formação de Mediadores.

13_ Por um mediador-etc ou a experiência da Bienal do Mercosul (Monica Hoff)
O presente ensaio versa sobre os temas mediação e público, tendo como pano de fundo a experiência educativa da Bienal de Artes Visuais do Mercosul, realizada em Porto Alegre. Discute sobre o papel e a figura do mediador nos dias atuais e propõe a idéia de “mediador-etc”, figura ímpar e multi que excede o espaço expositivo e que não se limita às discussões acerca da arte. Para isso, traça um panorama, no que diz respeito à formação de mediadores e de público em Porto Alegre, pautado pelo trabalho realizado durante as diferentes edições da Bienal do Mercosul.
Palavras-chave: Mediação. Público. Bienal do Mercosul

D) A Criança e o Museu

14_Educação Infantil no Museu: Construindo Saberes em Arte (Solange Gabre)
Este artigo pretende refletir sobre a relação estabelecida entre os museus de arte e o público da educação infantil, a partir de uma experiência realizada no âmbito da Rede Municipal de Educação de Curitiba.
Palavras-chave: Educação infantil. Arte. Museu.

15_ A criança pré-escolar, a gravura e o museu: possibilidades (Paula Hilst Selli)
Relato de experiência vivida entre o setor educativo da Caixa Cultural de São Paulo e a Escola Municipal de Educação Infantil Chiquinha Gonzaga que planejaram juntas as visitas das crianças à exposição “A gravura brasileira na coleção de Mônica e George Kornis”, no ano de 2008.
Palavras-chave: Educação infantil. Mediação para crianças. Educação em museus.

16_ Nos diálogos entre o museu e a escola: a educação do olhar: Uma experiência de arte/educação (Áurea Maria de Alencar Muniz Bezerra)
O artigo apresenta o projeto “Olhares Infantis sobre a Cidade do Recife” que é uma proposta de formação continuada para professores da Educação Infantil, oferecida pela Ação Educativa do Instituto Ricardo Brennand e a Gerência de Educação Infantil da Prefeitura do Recife desde o ano de 2007. Nesse projeto é trabalhado a construção de um sensível olhar pensante sobre a cidade, a ampliação do universo artístico e cultural e a construção de percursos criadores, através das artes visuais, desses educadores e, por extensão, das crianças com as quais trabalham no cotidiano escolar.
Palavras-chave: Arte. Educação. Formação.

17_ Arte Contemporânea no Ensino da Arte (Stela Barbieri)
A arte pode ser vista como um jogo cujas formas, modalidades e funções se transformam conforme as épocas e contextos. Sendo assim, o ensino contemporâneo da arte sempre deve estar em sintonia com a arte que está sendo produzida em seu contexto histórico. O artigo aponta para alguns encaminhamentos possíveis dentro do trabalho de ensino da arte na escola de modo a criar um ambiente fértil para o aprendizado e expressão das crianças, jovens e adultos.
Palavras-chave: Educação Infantil. Arte Contemporânea. Ensino de Artes Visuais.

18_ Diálogo De Uma Arte Educadora Com Um Museu De Arte: Relato de experiência do curso Experimentando Arte, ministrado no Museu Murillo La Greca em Recife para crianças moradoras da Vila Vintém. (Cristiane Mabel)
Este artigo trata da possibilidade de construção de uma relação entre os espaços culturais e os educadores. A reflexão parte do relato de um curso proposto por uma educadora e que foi integrado às ações educativas de um museu, localizado em Recife. O artigo traz ainda um resumo do funcionamento do curso, com a metodologia e resultados.
Palavras-Chave: Educação informal. Museu. Cultura.

2º. CADERNO DE TEXTOS DIÁLOGOS ENTRE ARTE & PÚBLICO

Caros leitores,

Os artigos, ensaios e relatos de experiências foram selecionados com muito esforço e dedicação da equipe envolvida. A temática foi bem interessante e os artigos parecem terem sido escritos de modo combinado.

O sumário final ainda sofrerá alteração, porém informo aqui os textos que irão participar do próximo Caderno de Textos Diálogos entre Arte e Público (2009) que será lançado juntamente com o evento em outubro de 2009.

Abraços,
Anderson Pinheiro


00_ Uma fonte borbulhante de palavras límpidas. (Dida Maia)
00_”Apresentação” (Márcio Almeida)
00_Diálogos 2009 (Regina Buccini)
00_Sobre Educadores de museus e salas de aula (Anderson Pinheiro)
01_A Imagem como ferramenta pedagógica (Eliana Giro Sartorato)
02_As imagens e seus objetos – uma reflexão sobre a fotografia como prática no espaço do museu. (Carlos Lima)
03_Fruidor de Arte versus Educação Digital Crítica (Fernanda P. Cunha)
04_O Olhar Fotográfico no Museu: Uma experiência no Instituto Ricardo Brennand. (Vanessa Adriano Marinho)
05_Educação cultural no Museu de Numismática Herculano Pires: problemas e soluções no diálogo entre público e coleção (Marina F. V. Silveira; Daniela de Lima;
Thiago Borazanian - Equipe de Atendimento Educativo do Museu de Numismática Herculano Pires – Instituto Itaú Cultural)
06_ Apertando os laços (Laura Rodrigues)
07_A Pedagogia transformadora da arte contemporânea (Greice Cohn)
08_Por um mediador-etc ou a experiência da Bienal do Mercosul (Monica Hoff)
09_Experiências educativas com a produção contemporânea em Salões de Artes Plásticas de Pernambuco: Diálogos potencializados na relação Escola/Museu e Escola/Arte Contemporânea (Joana D’Arc de Sousa Lima)
10_ Sobre a formação de professores e os ipês amarelos (Maria Angela Serri Francoio)
11_ A metodologia experimental utilizada nos programas de formação para professores: Projeto Descentralizando o Acesso – visitas escolares à Inhotim (Maria Clara Martins Rocha; María Eugenia Salcedo Repolês)
12_Educação Infantil no Museu: Construindo Saberes em Arte (Solange Gabre)
13_ A criança pré-escolar, a gravura e o museu: possibilidades (Paula Hilst Selli)
14_ Nos diálogos entre o museu e a escola: a educação do olhar: Uma experiência de arte/educação (Áurea Maria de Alencar Muniz Bezerra)
15_ Sobre a formação de educadores (André Aquino)
16_ Arte Contemporânea no Ensino da Arte (Stela Barbieri)
17_ Diálogo De Uma Arte Educadora Com Um Museu De Arte: Relato de experiência do curso Experimentando Arte, ministrado no Museu Murillo La Greca em Recife para crianças moradoras da Vila Vintém. (Cristiane Mabel)
19_Curadoria Artística e Curadoria Educativa - Entrevista
20_Educação Artística Nômade: Importa o lugar? (Carmen Lidón Beltrán Mir. Trad.: Simone Ferreira Luizines)
21_Uma artista solta no museu: o que fazer com esse educativo?

Normas para publicação do artigo

Chamada de artigos para o Caderno de Textos Diálogos entre Arte e Público (ISSN 1983-9960), número 02, até 10 de maio de 2009!
Tema do Caderno de Textos: Educadores entre museus e salas de aula: que diálogos são esses?


Linha Editorial: O tema do caderno de textos do encontro Diálogos entre Arte e Público desse ano abordará as interlocuções existentes entre os educadores de museus e os educadores de sala de aula. A idéia é reunir uma série de artigos, entrevistas e relatos de experiência que subsidiem diálogos sobre as ações que as instituições culturais destinam para esse público, bem como a recepção e desdobramentos dessas ações por parte dos educadores de sala de aula. Por isso, recebemos colaborações para publicação, na forma de artigos inéditos em língua portuguesa, vinculados à área das artes. Os originais deverão ser enviados em forma digital, digitados em Word, para: cadernodetextosdialogos@gmail.com


Orientações para envio de artigos originais, em ordem de apresentação.
1. O título e o subtítulo devem estar na página de abertura do artigo, separados por dois pontos e na língua do texto. (letras minúsculas, fonte 16, negrito, centralizado)

2. Nome(s) do(s) autor(es) acompanhado( s) de breve currículo que o(s) qualifique na área de conhecimento do artigo. O currículo, bem como os endereços postal e eletrônico, deve aparecer em rodapé, indicado por algarismo arábico. Na publicação não constará o endereço postal.

3. Resumo na língua do texto, com no máximo de 250 palavras, precedido da identificação: Resumo.

4. Três palavras-chave, na língua do texto, separadas entre si por ponto e vírgula e finalizadas por ponto, precedidas da identificação: Palavras-chave.


6. A numeração das notas explicativas é feita em algarismos arábicos, devendo ser única e consecutiva para cada artigo. As notas explicativas se concentrarão no final do artigo. É aconselhável que o texto não contenha excessivas notas explicativas.


7. Referências elaboradas conforme NBR 6023. Exemplo:


SANTOS, Anderson Pinheiro. Será que a influenciou de alguma forma. In: Santos, A.P.(Org.). Caderno de Textos Diálogos entre Arte e Público. ISSN 1983-9960. Recife: Prefeitura do Recife, 2008. V.1. p. 41-45.
8. As citações devem ser apresentadas conforme NBR 10520. Exemplos:

As técnicas, os artifícios, os dispositivos de que se utiliza o artista para conceber, construir e exibir seus trabalhos não são apenas ferramentas inertes, nem mediações inocentes, indiferentes aos resultados, que poderiam substituir por quaisquer outras. Eles estão carregados de conceitos, eles têm uma história e derivam de condições produtivas bastante específicas.
(MACHADO, 2007:16)

[...] os dispositivos de que se utiliza o artista para conceber, construir e exibir seus trabalhos não são apenas ferramentas inertes, nem mediações inocentes, [...]. (MACHADO, 2007:16)

9. Equações e fórmulas, quando destacadas do texto, devem ser
centralizadas.

10. Ilustrações (desenhos, fotografias, etc. seja de obra artística ou de material educativo) devem ter identificação na parte inferior com título (ou legenda explicativa), autor(a), dimensão, data e autor(a) da fotografia; É importante destacar que:

10.1 A ilustração deve ser inserida o mais próximo possível do trecho a que se refere.
10.2 É de responsabilidade do autor(a) do artigo, e somente dele(a), a solicitação de uso de imagens (direitos autorais) na publicação;


11. Os textos deverão ter, em sua totalidade, até 11.000 caracteres (incluindo os espaços), tamanho A4, incluindo imagens, se for o caso, digitadas em Times New Roman , fonte 12, espaço simples (entre 1,0 a 1,15), configuração da página com margem 2,5 nos quatro lados.


12. Os textos encaminhados serão selecionados a partir de pareceres elaborados pelos membros da Comissão Editorial, composta, a priori, pelo editor e pelo organizado do evento, podendo ser convidada uma terceira pessoa para fazer parte da seleção.

13. O Caderno de Textos Diálogos entre Arte e Público não se responsabiliza por opiniões expressas em artigos. Ao enviar o texto, o colaborador aceita automaticamente as normas
da publicação e se submete ao processo de seleção e revisão do texto. Garantimos que quaisquer alterações por motivos de edição serão comunicadas, sendo solicitado parecer final do autor(a/es)/colaborador(a/es), bem como agradecimento pela colaboração. Embora submetidos à revisão lingüística, a responsabilidade sobre formato, correção e conteúdo é dos respectivos autor(a/es)/colaborador(a/es). Dar-se-á preferência a textos de linguagem acessível e rigor científico, com número de citações limitado que confira contribuição importante e inovadora aos saberes da pesquisa na área de educação em museus.


14. É necessário enviar, após aprovação final, uma autorização de publicação seguindo o modelo abaixo:
Eu, _______, CPF no. ________, autorizo a publicação do artigo "_____________" no Caderno de textos Diálogos entre Arte e Público, segunda edição do ano de 2009 a ser lançada durante o Seminário Diálogos entre Arte e Público, no mês de julho. Afirmo que o material enviado não fora publicado antes e que sou responsável pelas informações relatadas. Autorizo, também, a publicação desse meu endereço eletrônico: _________ na devida publicação. Cidade, data de mês de ano. Nome.


15. O Caderno de textos Diálogos entre Arte e Público será distribuído gratuitamente aos participantes e a parceiros como instituições e bibliotecas e será lançado em material impresso (cerca de 1.000 exemplares) e/ou em mídia CD-Rom. O Caderno também será disponibilizado em formato PDF no blog do projeto (http://dialogosentrearteepublico.blogspot.com ). Por ser um material uma publicação de distribuição gratuita, não haverá verba para custear/remunerar qualquer contribuição que nos seja enviada.

16. O Caderno de textos Diálogos entre Arte e Público reserva-se o direito de priorizar a publicação de artigos de autores que não integraram sua edição anterior. Os
textos enviados serão reservados, com a anuência de seus autores, para
publicação em próximos números.


Recife, 15 de março de 2009.

Anderson Pinheiro (editor)
andersonpinheiro@ymail.com
http://dialogosentrearteepublico.blogspot.com/

.27

O impacto do ensino de arte nas ONGS


Lívia Marques Carvalho

Não resta dúvida que nas últimas décadas o número de Organizações Não-Governamentais – ONGs - vem se expandindo de maneira extraordinária no Brasil. Esta expansão é causada, sobretudo, pelo fato de o Estado não ter tido a capacidade de atender a enorme carência de prestação de serviços sociais à população, especialmente porque as desigualdades sociais se tornaram mais agudas a partir da década de 1980. As desigualdades sociais constituem por si sós um grave problema por ensejar a desintegração e a vulnerabilidade social, além de privar uma parcela expressiva de nossa população dos direitos mais elementares do ser humano como a saúde, habitação, segurança e lazer.

O entendimento de que não se pode contar unicamente com o Estado e o mercado para superar o aumento das demandas sociais fez surgir uma força nova – a participação da sociedade civil organizada, principalmente as ONGs. Estas instituições são autogovernadas, não têm fins lucrativos e se estruturam fora do aparato formal do Estado buscando favorecer, de maneira mais eficaz, as demandas sociais insatisfeitas e, ao mesmo tempo, provocar mudanças sociais. Pelo notável crescimento e pela influência que exercem na área social, estas instituições tornaram-se um setor específico de atividades humanas, identificado como Terceiro Setor por não se enquadrarem nem como atividade de mercado nem como estatal.

As atividades das ONGs não devem ser consideradas uma maneira de substituir ou aliviar tarefas que são da responsabilidade dos governos, mas uma tentativa de buscar alternativas mais eficazes para melhorar as condições de determinados grupos sociais. Meu interesse por este setor teve início em 1989, quando passei a desenvolver um trabalho de Extensão Universitária na Casa Pequeno Davi, uma ONG de João Pessoa, cujo objetivo é contribuir para a promoção dos direitos de crianças e adolescentes em situação de risco social por meio de ações de educação integral. Inicialmente, implantei uma oficina de artes visuais que era também um campo de treinamento para alunos extencionistas do curso de Educação Artística. Atualmente, além de ensinar, presto assessoria e faço parte da diretoria.

O trabalho nesta área motivou-me a pesquisar sobre o tema. Ao aprofundar meus conhecimentos sobre ONGs, dois fatores chamaram-me a atenção. O primeiro foi ter noção a extensão do número de ONGs no Brasil. Há registros oficiais de 250 mil ONGs, empregando mais de 2 milhões de pessoas. O segundo foi perceber que o ensino de arte é o principal componente das ações educativas das ONGs dessa natureza. O reconhecimento da importância que as atividades artísticas alcançam nos projetos políticos pedagógicos das ONGs e a escassez de estudos sobre o tema, estimularam-me a tomar esse assunto como objeto de minha tese de doutorado. Foram pesquisadas três ONGs: Casa Pequeno Davi de João Pessoa, Daruê Malungo de Recife e a Casa Renascer de Natal. Todas têm como público-alvo crianças e adolescentes em situação de pobreza.

A pesquisa confirmou que o ensino de arte nas ONGs é o eixo principal em torno do qual se desenvolvem todas as ações educativas e que as atividades artísticas provocam, de fato, mudanças significativas nas vidas dos meninos e meninas atendidos pelas instituições.

Os benefícios mais citados na pesquisa foram: fortalecimento da auto-estima positiva; expansão da capacidade cognitiva; desenvolvimento de habilidades e competências em determinadas modalidades artísticas, favorecimento de atitudes positivas, possibilidade de inserção no mercado de trabalho e a contribuição para efetivar os direitos que as crianças e adolescentes devem ter. O benefício enfatizado foi o fortalecimento da auto-estima.

Como e por que as transformações pessoais e sociais ocorrem

No espaço das ONGs a educação é caracterizada pela maneira diferenciada de trabalhar. Não há intenção de substituir a escola, mas de agir paralelamente a esta, estendendo suas ações educativas a dimensões que vão além das oferecidas nos sistemas escolares. Na educação formal, os conhecimentos transmitidos são sistematizados e organizados em uma determinada seqüência, muitas vezes distantes da realidade dos alunos; nas ONGs, os conteúdos são adaptados às demandas específicas de cada grupo. A transmissão do conhecimento acontece de maneira não obrigatória e não há mecanismo de reprovação no caso da não aprendizagem. O compromisso principal do ensino nas ONGs é com as questões consideradas importantes para determinados grupos. Por exemplo, a Daruê Malungo, que atende a uma comunidade de maioria negra, elegeu trabalhar com dança e música afro-brasileiras para transmitir uma herança e construir significados. Por sua vez, a Casa Renascer, que trabalha com meninas que entraram na prostituição infanto-juvenil ou estão em risco de seguir essa direção, enfatiza o ensino do teatro porque possibilita levar a público as temáticas discutidas nas oficinas através de apresentações de peças teatrais, contribuindo para ampliar as discussões e reflexões sobre o assunto.

Nas ONGs, as aulas de arte são em formato de oficina, com carga horária entre 4 e 6 horas semanais. Comumente, dispõem de salas apropriadas para cada modalidade de arte ensinada e o número de educandos em cada oficina é menor em comparação à escola formal. Um dos fatores que chama atenção no ensino nas ONGs é a existência de um grande empenho para que as atividades sejam ensinadas de maneira envolvente, prazerosa, de maneira que os educandos se mantenham atraídos e interessados.

Ensinar em ONGs é uma atividade relativamente recente e apresenta um elevado grau de complexidade e desafios. O público-alvo tem necessidades desmedidas e, por isso mesmo, demanda um trabalho pedagógico cuidadoso voltado para a reconstrução pessoal e social, fazendo recair sobre os educadores uma série de exigências. Para que o trabalho seja eficaz e dê bons resultados, os educadores devem possuir características específicas que vão além das qualidades técnico-profissionais. Necessitam ter habilidade na relação com o outro, empatia real com o público-alvo, potencial de afetividade equilibrado que gere respeito e ao mesmo tempo confiança, capacidade de agir com autoridade, mas sem autoritarismo, espírito democrático, mas sem permissividade. É indispensável que seja flexível e tenha a disposição contínua de analisar criticamente o processo educativo. Cobram-se, igualmente, um elevado grau de domínio técnico específico das linguagens artísticas. As crianças não querem brincar de ouvir música, querem tocar, compor, formar bandas. Não querem se entreter com jogos teatrais, querem representar, construir cenários, dançar, pintar, esculpir, querem dominar bem as técnicas, querem produzir com qualidade e é exatamente essa produção com qualidade que as leva a se sentirem capazes. Há ainda o fato de que alguns dos educandos vislumbram a possibilidade de virem a se ocupar profissionalmente dessas atividades. Portanto, os educadores devem do minar bem os elementos que constituem seu campo de ensino.

À medida que os educandos passam a dominar técnicas que lhes permitam manejar bem os elementos construtivos de cada arte, a expressar suas idéias com competência, tornam-se mais confiantes. A repetição sistemática de situações nas quais sejam bem sucedidos faz com que modifiquem a maneira de se autoperceberem. A autoestima é um aspecto bastante valorizado nas ONGs porque, de um modo geral, o público-alvo incorpora valores negativos e alimenta sobre si mesmo sentimento de desvalia. É a auto-confiança que vai estimular a buscar e a desejar superar as barreiras que impedem sua inclusão social.

Gostaria de ressaltar, ainda, que o processo da construção da auto-estima é afetado por fatores externos e internos. Experiências sistemáticas de sucesso, aquelas que não são fruto do acaso, mas que foram confirmadas pelo desenvolvimento de certas habilidades, tendem a elevar a noção de autoconceito e auto-estima da pessoa. Portanto, a auto-estima não se constrói apenas proporcionando oportunidade para os educandos se expressarem. Outro aspecto importante neste âmbito são as modalidades de arte ensinadas. Enquanto nas escolas institucionais as artes visuais são as mais presentes nas salas de aula, nas ONGs, as mais ensinadas são as que podem ser realizadas coletivamente, como teatro, música, dança. Há uma tendência de se utilizar as modalidades artísticas que favoreçam a montagem de apresentações que possam ser levadas a público.

A opção das ONGs por essas modalidades dá-se, entre outros motivos, pela elevada importância pedagógica que representam os trabalhos realizados coletivamente, pois um dos pressupostos básicos da educação não-formal é o de que a aprendizagem se dá por intermédio da prática social. Assim sendo, a educação não-formal tem sempre um caráter coletivo. A proposta pedagógica da maioria das ONGs é baseada nos princípios filosóficos de Paulo Freire que se apóiam no diálogo, na análise da prática, na construção do conhecimento a partir da realidade cultural dos educandos e os trabalhos realizados em grupo favorecem a aplicação desses pressupostos. Afora esses aspectos, as apresentações públicas são uma maneira de as ONGs "prestarem conta" aos familiares, à comunidade ou aos financiadores dos trabalhos desenvolvidos. Para os educandos, realizarem algo digno de ser levado a público e aplaudido faz com que se sintam mais seguros e aprovados. O reconhecimento social concorre para a auto-afirmação positiva.

No que tange as metodologias empregadas, há uma tendência a lançar mão da abordagem reconstrutivista. De acordo com essa perspectiva, pretende-se, por meio dos conhecimentos em arte, desenvolver os níveis de consciência crítica dos educandos favorecendo a integração individual e a transformação social. Entretanto, de uma maneira geral, o ensino de arte em ONGs não se fundamenta exclusivamente numa categoria de pressupostos, antes, muitas vezes é empregada uma relação de complementaridade entre as abordagens que podem, conforme a situação, expandir os limites de determinadas vertentes de ensino. Portanto, não se observa nas ONGs um enfoque dominante, embora a Proposta Triangular tenha sido a mais mencionada.

É importante reconhecer que o conjunto de ações das ONGs, inclusive com o atendimento de psicólogos e assistentes sociais, com a distribuição de refeições diárias e a exigência de que os meninos estejam matriculados numa escola regular, contribui para que a população atendida permaneça por mais tempo na escola. Deve-se levar em conta, ainda, que as atividades artísticas contribuem para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e comportamentais, atributos que também favorecem ao aproveitamento escolar. A conquista de um nível de escolarização mais elevado representa uma possibilidade real para uma vida melhor, pois, historicamente, no Brasil a educação tem sido um meio de mobilidade social.

_________

Referências Bibliográficas

BAMFORD, Anne. The wow fator: global research compendium on the impact of the

arts in education. Berlin: Waxmann Münster, 2006.

CARVALHO, Lívia Marques. O ensino de arte em ONGs: tecendo a reconstrução pessoal

e social. 2005. 143 f Tese (Doutorado em Artes) – Escola de Comunicações e Artes,

Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

COELHO, Simone C. T. Terceiro Setor: um estudo comparado entre Estados Unidos e

Brasil. São Paulo: SENAC, 2002.

GOHN, Maria da Gloria. Os sem terras, ONGs e cidadadnia: a sociedade brasileira na

era da globalização. São Paulo: Cortez, 1997.

GRACIANI, Maria Stela. Pedagogia social de rua: análise e sistematização de uma

experiência vivida. São Paulo: Cortez, 1997.

VON SIMSON, Olga; PARK, Margareth; FERNANDES, Renata (Org). Educação formal:

cenário da criação. Campinas: Editora da UNICAMP. Centro de Memória, 2001.

O doutorado foi realizado na Escola de Comunicações e Arte da Universidade de São

Paulo, sob a orientação da professora Ana Mae Barbosa e concluído em 2005.

.26

[Relatos de experiência]

Arte&Cidadania: O Movimento Pró-Criança e o Caleidoscópio possível


Ana Patrícia Santos

Viviane da Fonte Neves

(participação especial de Camila Nogueira)


O Movimento Pró-criança existe desde 27 de julho de 1993. Este ano será marcante para todos que fizeram e fazem parte dessa instituição: ela completará 15 anos. O MPC, como é conhecido, iniciou suas atividades com cursos profissionalizantes ligados aos jovens, atuando diretamente na comunidade. Nessa época, não se imaginava ser a Arte o foco principal do seu trabalho.

O espaço físico foi cedido pela Arquidiocese de Olinda e Recife, uma parte de um antigo prédio localizado no bairro dos Coelhos, onde funciona a sua sede até hoje. Alguns profissionais sensibilizaram-se com a quantidade de criança que circulavam pela comunidade e decidiram iniciar atividades sócioeducativas envolvendo oficinas de arte. Segundo Viviane: "no início a proposta metodológica estava em construção, e cada educador tinha sua proposta, porém o objetivo era único: transformar as crianças através da arte".

Os educadores trabalhavam vários conteúdos de artes, realizando atividades externas com visitas aos museus e espaços culturais da cidade. Muitos educandos não saiam da comunidade e, a partir das aulas, tiveram essa oportunidade. O principal tema abordado era a valorização do patrimônio histórico e cultural da cidade. No final de cada oficina, havia uma seleção de desenhos que eram impressos em camisetas para serem vendidas em quiosques situados em shoppings da cidade. O objetivo era a divulgação do trabalho, a sensibilização e a aquisição de novos parceiros. Além disso, valorizava e estimulava o processo de criação das crianças, que se sentiam realizadas ao verem as suas produções.

Em 1999, o MPC recebeu um Projeto chamado "Faço Arte com Quem Sabe". As propostas eram inovadoras e contribuíram de forma intensa no processo de criação e fazer artístico. As turmas receberam artistas plásticos, que trouxeram novas técnicas e vivências relativas às suas próprias experiências. Em 2002, surgiu outro Projeto, que foi selecionado a partir de um concurso proposto pelo Instituto Ayrton Senna, chamado "A Terra do Coração Branco". A sua principal contribuição foi o fortalecimento da proposta metodológica a partir de uma formação continuada ligada ao programa de Educação para o desenvolvimento humano através da Arte.

Hoje, o MPC tem a Arte como foco principal em suas atividades e vem construindo, junto aos profissionais de diversas áreas, uma proposta interdisciplinar, trabalhando a pedagogia de Projetos e o multiculturalismo; visando à transformação e ao desenvolvimento dos potenciais dos educandos através das oportunidades educativas oferecidas e dos componentes formativos: artes visuais, capoeira, ritmos e movimentos, teatro e leiturização. A comunidade ainda é o tema principal das aulas, os arte/educadores, psicólogas e assistentes sociais fazem um trabalho conjunto ligado às famílias, às escolas e, principalmente, à comunidade.

Anualmente, acontece o Festival Agosto das Artes, que tem como principal objetivo realizar apresentações artísticas de cada componente formativo e divulgar o trabalho para a sociedade. O último, que ocorreu no ano passado (2007), foi considerado um dos melhores - Caleidoscópio, a brincadeira do impossível. O Teatro Santa Isabel transformou-se num grande caleidoscópio, em que cada criança fazia parte de um fragmento. Cenário, figurinos, danças, músicas, textos, tudo construído por todas as linguagens, cada uma abordando a sua maneira, sem perder a idéia de união e demonstrando a todos o valor da arte em sua vida.

.25

[Relatos de experiência]

Arte&Cidadania: Diálogos infanto-juvenis nos projetos formativos do Recife

Meninos do Campus da UFPE – um projeto de inclusão social

Rosa Vasconcellos

O Projeto Meninos do Campus da UFPE nasceu, em abril de 1999, da constatação de um quadro problemático, no caso, a questão social da infância e adolescência abandonada ou, na melhor das situações, trabalhadora.

Detectamos que em torno dos edifícios do Campus da UFPE reunia-se um grande número de jovens e crianças carentes, às vezes se dedicando ao trabalho (lavando carros, vendendo cocadas etc), outras vezes, vagando, pedindo esmolas, ou mesmo praticando, ou aprendendo a praticar pequenos delitos, enfim, tentando viver.

Existindo no Centro de Artes e Comunicação da UFPE um Curso de Licenciatura em Educação Artística objetivando a formação de educadores, sentimo-nos na obrigação de nos posicionarmos diante desse quadro. Foi dessa maneira que o projeto surgiu, foi se constituindo, tomando vida, a partir da idéia apresentada pelo aluno da Disciplina Prática de Ensino em Artes Plástica 1, Manuel Romário Saldanha.

Cadastramos essas crianças, totalizando 83 (oitenta e três) entre crianças e jovens. Desses cadastros surgiram informações a respeito dessas crianças e adolescentes que vivem nas ruas, não porque são vadios ou porque são menores abandonados, tampouco por serem filhos de pais irresponsáveis, mas por procederem de famílias vitimadas pela exagerada disparidade social. Nesse sentido, é fundamental refletir sobre o perfil das famílias e sobre qualquer questão relacionada à problemática da infância e adolescência. Essas famílias são chefiadas pela mulher, visto que seu cônjuge é inconstante ou ausente. Coabitam juntos com filhos, netos, sobrinhos. Tem uma história de vida sofrida, sem perspectivas, buscando soluções práticas e de preferência já prontas e imediatas, visando suprir necessidades mais urgentes, como alimentação, habitação, saúde, educação, afeto.

No que diz respeito à escolaridade, só uma pequena porcentagem dos chefes de família já freqüentou a escola, não chegando a concluir o ensino fundamental. Estão desempregados e, na ausência da escolaridade, resta-lhes o mercado informal, realizando atividades como vender picolé, pipocas, catar papelão, biscates, tomar conta de carro. Essas atividades geram pequenas rendas que, somadas ao trabalho, à mendicância (ou pequenos furtos dos filhos), à ajuda de vizinhos e familiares, fazem com que sobrevivam. São comuns situações em que, para a criança ou o adolescente serem aceitos em casa, têm por obrigação trazer dinheiro.

Em síntese, e de forma genérica, foi nesse cenário que se situavam as crianças e os adolescentes com os quais desenvolvemos o Projeto Meninos do Campus da UFPE. Do cadastro dessas crianças e jovens, passamos à confecção de um esquema de atividades lúdicas, educativas e, porque não, profissionalizantes, com vistas a "atrair" tanto a nossa clientela, quanto obter sua adesão à nossa proposta.

Procuramos pensar o projeto a partir dos conceitos centrais de história e identidade individuais e culturais como forma de resgatarmos coletivamente o processo de uma socialização fragmentada pelo cotidiano e pelas políticas sócio-econômicas vigentes. Na construção da proposta, recorremos a 5 (cinco) pontos básicos, a saber: a utilização do conceito de cultura numa visão freiriana; a história da arte, como história da cultura na qual o grupo se insere sem desprezar o estudo e o conhecimento da cultura universal; a sintaxe dos elementos visuais e plásticos; a leitura de imagens e o fazer artístico resgatando a sua expressão gráfica individual; vinculando-os a uma dimensão utilitária e profissionalizante.

Ainda fazendo parte da dimensão metodológica trabalhamos conceitos e ações ligadas à cidadania, valores, atitudes, partindo sempre de determinados conteúdos. Naturalmente, esses conceitos foram adequados à capacidade de apreensão do grupo e foram construídos, também, a partir de suas experiências e vida cotidiana. Fazendo-nos conviver com crianças e jovens, descobrir, com eles e para eles, os caminhos de uma ação educacional que, partindo do estágio em que eles se encontravam, pudéssemos acrescer novos desafios, procurando criar um ambiente afetivo e físico, a cada dia, no qual eles fossem assumindo um novo espaço como um lugar possível de mobilizá-los para um novo relacionamento consigo mesmo, com o outro e com o mundo.

O comportamento agressivo, desconfiado, que inicialmente eles apresentaram, rompia todo o esquema organizado para recebê-los nos ateliês preparados para acontecerem as oficinas de arte. Durante as oficinas, crianças e jovens se agrediam mutuamente, gritavam umas com as outras, trocavam grosseiras e o desespero tomou conta de nós. Nos encontros destinados à reflexão, sentíamos no grupo o susto, o medo de todos. O que fazer? Como fazer?

Vivíamos o impacto entre tudo aquilo que imaginávamos ser necessidade e a realidade em si – vida gritante – dentro de cada participante do projeto. Foi esse o momento de confronto de dois mundos. Ao invés de ensinar as crianças e jovens, partimos para aprender com eles. Nas oficinas, o desperdício de material era grande, mas, por outro lado, adquirimos mais confiança, ficamos mais perto deles, da identidade, da cultura, de seus sonhos e, assim, construímos uma relação verdadeiramente humana, e tudo começou a se modificar as partir do RE-APRENDER, do RE-CONHECIMENTO da realidade.

Todo esse processo permitiu o crescimento de todo o grupo: coordenador, estagiário e alunos. Como atendemos a uma comunidade carente, ou socialmente excluída, estamos tentando implementar um modelo pedagógico alternativo ou complementar à escola pública, voltado para um ensino baseado em valores e atitudes, cidadania e criação de um profissional minimamente qualificado para atuar no mercado informal. Através do conceito de auto-sustentação e qualidade de vida, buscamos criar junto aos alunos atividades e mentalidades cotidianas que os habitem para uma nova prática política e profissional; a arte foi nesse momento a grande sacada que encontramos na tentativa de introduzir o aluno como agente social na luta por uma cidadania plena. O ensino da arte seriamente trabalhada surgiu como um campo fecundo na redução de quadros sociais problemáticos.

A sociedade, a cada dia, reduz aos jovens sua participação no mercado de trabalho, retardando, assim, a esses excluídos criar novas formas de participação e cidadania. A importância da Arte Educação, quando encarada como elemento de revitalização social através de suas práticas e produtos culturais, é muito grande e ainda pouco explorada. Com uma visão mais crítica da sociedade, com uma maior conexão com as necessidades e problemas da comunidade, poderia, assim, ser o novo horizonte de uma nova escola que precisa nascer imediatamente tendo a arte como eixo condutor do processo.

A arte, em sua função de criar uma cidadania estética, o que implica a erradicação do analfabetismo estético, resulta, pois, de toda uma visão de mundo, que é ao mesmo tempo filosófica, política, econômica, social e cultural. Dentro dessa perspectiva, acreditamos ter contribuído para a construção de um novo modelo político pedagógico. A atividade é sempre enriquecida com temas e módulos, que são trabalhados a partir de discussões e interesses expressados pelos alunos, em que são provocados debates relacionados com o entorno coletivo dos alunos na construção de sua identidade e no resgate de sua cidadania.

A discussão da problemática social foi contextualizada com a leitura de imagens; os conteúdos da arte foram introduzidos e vivenciados buscando expressividade individual dos jovens. Como resultado do nosso trabalho, observamos maior participação e envolvimento nas atividades propostas, crescimento do repertório gráfico-plástico, enriquecimento da expressão individual e social, melhoria da auto-estima, melhor relacionamento grupal e um produto cultural de qualidade, os cartões, produto confeccionado pelas crianças e jovens nas Oficinas de Papel Reciclado e Gravura Alternativa.

Ao final de nossas reflexões, não apresentamos conclusão, mas, tendo em vista que estamos inseridos num processo, apresentamos algumas considerações que julgamos relevantes. A viabilidade da proposta metodológica constata-se pelo fato de que as crianças e os jovens não são obrigados a participarem, mas não faltavam às oficinas e exigiam atividades, uma vez que conquistavam um olhar diferente, crítico, renovado e poético, e nossa proposta pedagógica foi se estruturando no sentido de desenvolver um novo projeto de vida, estimulando sonhos e construindo cidadania.

Observando o percurso, a construção desse caminho, em relação às oficinas de arte, foi muito árdua, mas, ao mesmo tempo, repleta de muitas descobertas, desafios, emoções, aprendizagens e, conseqüentemente, mudanças em todo o grupo envolvido no projeto: coordenador, estagiários, jovens e crianças. Dessa forma, sempre partimos do RE-APRENDENDO – RE-CONHECENDO, olhando cada vez mais esses sujeitos que aprendem a cada instante e nos ensinam a aprender. O Projeto Meninos do Campus teve uma função múltipla. Primeiramente, em laboratório de experimentação de ensino-aprendizagem em arte, do qual se beneficiaram os alunos da Prática de

Ensino em Artes Plásticas do Curso de Licenciatura em Educação Artística. Durante 7 (sete) anos de existência do Projeto, cerca de 78 alunos de Licenciatura em Artes Plásticas fizeram seu estágio curricular, sem contar com a participação de outras licenciaturas. Todos esses alunos se beneficiaram da experiência pedagógica que o Projeto ofereceu. Em igual importância, o Projeto funcionou como Extensão Universitária, beneficiando e dando oportunidade a uma parcela da camada da população – privada de recursos e oportunidades – a desenvolver suas potencialidades artísticas.

Mas, para transformar em ação, é preciso que haja livros, materiais, espaço e equipamento, porque profissionalizar não é só qualificar o professor, mas também possibilitar que ele seja inserido numa condição de desenvolvimento em que essa formação continuada reverta-se, em longo prazo, numa carreira. Não se forma só para ensinar melhor, mas também para que se possa viver melhor, como cidadão, como indivíduo e como profissional. E essa formação precisa ser reconhecida num plano de carreira, garantindo, junto com a formação, melhoria salarial e de condições de trabalho. Assim caminhou o Projeto Meninos do Campus da UFPE, resgatando sonhos, construindo cidadania numa aventura criadora.

.24

Teatro perto dos olhos e perto do coração


Williams Sant'Anna


O representar é uma característica humanamente humana. Fazer-se passar por algo ou por alguém que não se é remonta à nossa pré-história, quando os "homens da caverna" imitavam os sons dos animais no intuito de atraí-los à caça.


Diante da globalização, da presença cada vez mais marcante das mídias eletrônicas e dos processos de rápida comunicação e sua relação com as expressões artísticas, com a presença massificada (e massificadora) da produção televisiva e cinematográfica (graças, em grande parte, ao "mercado paralelo"), como a arte milenar da representação teatral pode encontrar seu espaço e constituir sua perenização?


As respostas talvez estejam fundamentadas em seus preceitos básicos – o teatro é uma arte eminentemente presencial, que requer a presença do seu intérprete-criador diante de um público-receptor. O teatro possui uma linguagem específica, que o diferencia e o distancia das outras que utilizam o ator (além da presença física), constituída a partir da análise e observação de atores, encenadores e teóricos, culminando na construção da teorização de sistemas e processos de encenação e, conseqüentemente, materialização de uma idéia ou texto transformado em expressão cênica – a teatralização. Existem inúmeras formas de transpor à cena, por exemplo, uma cachoeira. No cinema, a captação da imagem real da cachoeira seria suficiente para repassar ao público a imagem indiscutível do objeto, de forma precisa e inequívoca. Só o exercício permanente do diálogo entre o teatro e o público poderá criar laços estruturais entre eles. O teatro precisará estar perto dos olhos e perto do coração do seu público.


Três projetos merecem destaque no estabelecimento do contato constante, permanente e insurgente do Teatro com uma parcela da população que possui pouco acesso aos produtos artístico-culturais, numa promoção da Secretaria de Cultura do Recife e Fundação de Cultura Cidade do Recife.


O Projeto Educação Para o Teatro, construído inicialmente para contribuir com a formação do público para o Teatro e estimular o acesso ao Teatro Barreto Junior pela população do Pina e Brasília Teimosa, ocorre ininterruptamente há sete anos. Idealizado e coordenado pela Gerência de Serviço do Teatro Barreto Junior (Sr. Oswaldo Pereira) em parceria com as Gerências Operacionais de Teatro (Célio Pontes) e de Serviço de Teatro (Williams Sant'Anna), o Projeto estabeleceu uma relação com as escolas e entidades sociais do entorno do Teatro Barreto Junior. A partir de junho de 2006, com o fechamento do Teatro para reforma e requalificação técnica, o projeto adquiriu um outro formato – contando com o apoio do MTP – Movimento de Teatro Popular, levando os espetáculos às praças, ruas, pátios e quadras de escolas e entidades sociais, aproximando-o mais do universo cotidiano do seu público–alvo e estimulando os desdobramentos pedagógico-culturais de sua realização.

É nítida a familiarização que o Projeto estabeleceu entre o público e a linguagem teatral, bem como o estímulo à representação teatral e, conseqüentemente, à subjetividade dos alunos nas escolas, dinamizando os processos educativos.


O Projeto Multicultural de Artes Cênicas-Teatro, desenvolvido pela Gerência de Serviço de Teatro da FCCR, foi iniciado em julho de 2006 e objetiva levar espetáculos às comunidades, cumprindo a descentralização cultural, ampliando a possibilidade do escoamento da produção e estimulando a organização e produção teatral nas comunidades. Além dos espetáculos – que são levados às praças, auditórios, clubes e salões comunitários (com a realização posterior de um debate), escolas e organizações sociais têm levado seus grupos às casas de espetáculos. Essa segunda modalidade do Projeto contribui com a manutenção das temporadas (os ingressos são adquiridos diretamente dos grupos e produtores) e aproxima a comunidade dos equipamentos culturais do Recife. O Projeto ainda atende os alunos da rede municipal de ensino e do PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil da Prefeitura do Recife - e os grupos de idosos acompanhados pela Secretaria de Assistência Social.


Nas Refinarias Multiculturais Sítio Trindade e Nascedouro de Peixinhos, um outro projeto - Domingo é Dia de Teatro - tem promovido apresentações de espetáculos, aos domingos à tarde, com acesso gratuito, especialmente voltados ao público infanto-juvenil. O Sítio Trindade é notoriamente um espaço incorporado ao movimento cultural do Recife e legitimado pela presença constante do púbico em todas as realizações. Com a promoção das apresentações aos domingos o público ganha mais uma opção de lazer e entretenimento e estreita a relação e o dialogo com a representação teatral. Na nova Refinaria de Peixinhos, o Projeto vem adquirindo uma importância sócio-cultural e pedagógica, aproximando o público do equipamento cultural (a cada domingo a quantidade de espectadores é maior), numa alternativa de qualidade de lazer e entretenimento.


Certamente essas ações contribuem para a construção de uma relação diferenciada com o teatro, com reflexos na formação de cidadãos e profissionais de quaisquer áreas.

.23

Arqueologias do presente

Bruna Rafaella

Na esteira de um mundo ambientalmente correto e preocupado com sua herança, surgiu um campo de atuação novo para os arqueólogos: a avaliação e o salvamento do patrimônio arqueológico ameaçado por grandes empreendimentos. (Arqueologia de contrato*)


Arqueologia do presente é o termo dado a toda produção plástica que possui em seu cerne o ato de extrair dos vestígios do meio urbano, sejam eles materiais e/ou humanos, base simbólica e criativa na elaboração de um conceito estético. Para realizar seu trabalho, o arqueólogo do presente lança mão de diversos procedimentos. Em campo, procura identificar e registrar com câmera fotográfica, filmadora, desenho, gravura, entre outros, aspectos que lhes mostram peculiares na cidade. Nesses sítios o artista/arqueólogo documenta estruturas e coleta objetos que pertencem ao cotidiano da sociedade em que está inserido demonstrando, primeiramente, um repertório de escolhas formais. Em seguida, inicia a fase de estudos e trabalhos plásticos em atelier (laboratório), onde parte para segunda etapa do processo criativo na elaboração da obra plástica, editando todo material registrado.

O que deve se manter ou ser descartado nesse meio infinito de possibilidades? Que tipo de ação pode tornar um objeto isento de sua função original (lixo), em peça para contemplação, entretenimento e fruição? Para o arqueólogo do presente todo material humano merece ser preservado, e pode ser eternizado em forma artística. As discussões sobre preservação de memória crescem, à medida que cresce a consciência dos homens em relação ao tempo atual. A cidade tem passado por um processo de transformação tão rápido e rígido, regido pela ditadura da segurança e do progresso econômico, que ao nos darmos conta nos sentimos indefesos e ao mesmo tempo imbuídos de uma obrigação social de transformação desse contexto opressor. Por vezes, outra força que nos faz mover é o fetiche de possuir um objeto raro, a vontade de colecionar, de manter uma parte desse contexto prestes a sucumbir.

Indo do gosto comum ao modismo, passando pela produção plástica de diversos artistas que trabalham com extrativismo urbano, percebemos ainda muito forte a herança do processo criativo gerados pelos experimentos dos surrealistas, dadaístas, com seu maior expoente no artista Marcel Duchamp. A diferença e contribuição que a nova geração vem a acrescentar na história da arte estão justamente na motivação dessas ações. Enquanto esses movimentos denunciavam e protestavam contra uma civilização que não conseguia evitar a guerra, a produção visual atual a que detenho minha reflexão busca o belo no meio de um turbilhão de elementos produzidos de forma desenfreada por uma sociedade de consumo que não pára de acumular informações. E dessa infinidade de objetos e informações sempre tenho a desconfortável sensação de obter o mínimo.

Sob essas reflexões elaborei o trabalho "Gravação". Trata-se de uma ação performática que gera uma série de gravuras, monotipias, que possuem como matriz, grades de ferro ornamentais de edificações nas cidades em desuso, encontradas, geralmente, em depósitos de ferro velho. Nessa performance, foi usada tinta na cor branca sobre os portões e impressas as grades sobre as roupas que uso durante a ação. O resultado plástico são os registros da performance em fotografias e vídeos, e monotipia com imagens das grades espalhadas sobre vestidos de forma aleatória.

Essa pesquisa plástica começou em 2005, de forma bastante experimental, onde por meio de um processo químico muito simples a ferrugem da matriz era passada para tecido. Outro desdobramento dessa pesquisa se dá na impressão de grades realizada em prédios da cidade. Nessa situação os trabalhos recebem título de acordo com o local onde foram feitos. Por exemplo, "Antiga Escola de Belas Artes, 2006" (atual edifício do Liceu de Artes e Ofício). Dessa forma, tomo o trabalho como uma espécie de catalogação, processo corriqueiro da arqueologia científica, gravando não apenas imagens ornamentais, mas também um dado local, contextualizado numa época específica.

Como muitas dessas configurações de grades de ferro não são mais industrializadas, venho através dessa pesquisa reivindicar a existência desse material, mesmo que de forma efêmera tal qual no caso das gravuras realizadas com ferrugem. Em outro plano de leitura, o trabalho pode nos parecer um documento dos costumes e da memória recifense, onde o ferro na construção de portões, janelas, óculos, pontes, sacadas, etc., sempre esteve lado a lado do processo de urbanização como elemento que presta igual valor a idéia de segurança e ornamentação. Em todos os níveis sociais, em diversas gerações, vemos portões de ferro pela cidade, somando beleza e cor, dos remendos de casas populares da periferia às edificações pomposas do governo.

Nesse processo, me mantenho no limiar que retira das memórias (pessoais e coletivas) as itinerâncias que compõe o diálogo entre a obra, o tempo, a ação, o sujeito e que nesse desenrolar de sentidos uma especulação acerca de uma arte pública abre mão para noções que norteiam muito mais um processo de busca pessoal. O arqueólogo do presente que, como tantas outras pessoas livres desse tipo de rotulação, passa por um processo de iniciação quando percebe uma ligação "mágica" entre a cidade (como organismo vivo), sua relação com esta e sua identidade. Nessa busca o sujeito percebe que vive dentro de si, sua fonte de inspiração e seu próprio inimigo, e fora dele o tempo.

________________________________

* Disponível em: ITAÚ CULTURAL. http://www.itaucultural.org.br/arqueologia/pt/oq_arqueologia/contrato00.htm. Acessado em 05/04/2008.

.22

CIRCO: Ainda é a maior diversão.


Gilberto Trindade


"Não tenho dúvida, a arte-educação é um dos caminhos, embora árduo, para a solidariedade. Essa expectativa tem uma dimensão maior quando tratamos do universo do Circo, pois esta arte tem proporções maiores a partir da sua lona, suas luzes, seus figurinos, seus adereços e suas técnicas". *

As escolas de Circo sociais têm uma rede de articulação coordenada e apoiada pela rede Circo do Mundo no qual faz parte o Cirque Du Solei, onde se trabalham vários pilares pedagógicos de trocas de experiências entre estas e somam-se uma média de 50 delas espalhadas pelo país. Uma das discussões mais ferrenhas nos encontros da rede é a tentativa de desmistificar a idéia da "salvação" por parte das escolas e ainda pelo senso comum que todas as crianças e jovens nestes projetos são de rua. O primeiro ponto é o papel da arte em diversas expressões, no caso o Circo não tem essa função social (salvacionista). Ela nasce da necessidade do homem comunicar-se e expressar-se como agente transformador do cotidiano, buscando elementos que o ajudem na sua performance como: objetos para jogar, equilibrar, fazer sumir, brincar com fogo, elemento que por muito tempo foi tão sagrado, domar animais, tirar proveito da sua comicidade ou de seu entorno, manipular o corpo de formas não pensadas, daí surge à arte circense como chamariz de uma conquista que integra respeito, confiança, troca de experiência, levando as crianças e os jovens que participam desses projetos a uma possibilidade de transformação nas suas vidas e das pessoas que estão ao seu redor e a comunidade familiar, pois na maioria dos casos esses educandos têm pai, mãe e irmãos, ou seja, um núcleo de família, mas preferem a rua pela vida difícil nos seus lares e esta apresenta desafios inusitados, por isso o fascínio do circo que envolve risco.

Existe toda uma metodologia para se aplicar os ensinamentos das técnicas circenses nos projetos sociais, com constantes encontros e capacitações, mas é sabido que não existem fórmulas; é a custo do dia-dia que se vai crescendo e contornando as dificuldades. De encontro a esse raciocínio, temos algumas ONG´S compostas de pessoas que sabem como proceder eticamente, mas usam a idéia "salvadora" para conquistar espaço em benefício próprio, principalmente, financeiro, existindo infelizmente muitos apoiadores para esse tipo de conduta.

Nas periferias, onde os Circos de bairros têm seu foco, a princípio desorganizados e sem pretensões de fazerem apresentações de alto nível, eles sabem exatamente (por uma rede de comunicação entre os afins) onde vão armar sua casa de espetáculos e que tipo de atrações irá interessar ao público, a sua sobrevivência, que os acompanha pela estrutura material e do espetáculo existindo uma forma de entretenimento particular que dialoga em perfeita sintonia com as comunidades das grandes cidades. A quantidade de público ao seu redor, a música a ser tocada, o figurino e os números que apresentarão, gerando uma renda razoável por três semanas (no mínimo), pois, muitas vezes, as mudanças requerem custo e há pouca disponibilidade de terrenos. Neste quadro o público comparece em massa por muitos motivos, desde esta identificação com o espetáculo até a proximidade da sua residência por economizar passagem, não precisando usar roupas que requeiram uma produção extra cotidiana, e pode levar toda a família, inclusive, o cachorro e os colegas do bairro, e por conta do baixo valor do ingresso, irá mais de uma vez àquele circo.

Na outra margem do show circense, temos as grandes companhias que exploram uma clientela específica, geralmente instalam seu espetáculo em grandes shoppings e teatros onde disponibilizam de uma infra-estrutura como: estacionamentos, segurança, conforto, aliado a um forte poder de marketing, liderado pela televisão; A principal característica destes espetáculos são as produções que aliam a tradição a uma forte inclusão de tecnologia para causar efeitos na apresentação, repercutindo diretamente no público, cativando-o, pois este tem uma enorme opção de lazer pelo seu alto poder aquisitivo.

A tradição circense familiar, onde gerações vão se perpetuando no fazer arte, está se perdendo principalmente neste começo de século, é inegável a contribuição das trupes contemporâneas vindas do teatro e dança, como também das escolas não importa que sejam elas de técnicas ou sociais, contribuem e contribuirão para uma quantidade e qualidade, à arte circense, e elas não negam a tradição, colocando-a numa perspectiva vanguardista não só como espetáculo como no sentido da platéia que dará este caráter, pois ela é mutante pela itinerância da vida circense e pelo sentido temporal das gerações que assistiram sentido temporal das gerações que a assistiram e irão desfrutar do "maior espetáculo da terra."

_______________________________________________

* Trecho do artigo escrito pelo mesmo autor para Escola Pernambucana de Circo no encontro da rede Circo do Mundo no Recife, em 2007 "O futuro: Circo do Mundo para o Mundo".

ISSN da publicação Dialogos entre Arte e Público

1983-9960

Relembrando o 3o. Encontro Diálogos entre Arte e Público - 2008 - IRB

O 3o. Encontro Diálogos entre Arte e Público, organizado por André Aquino (Gerente de Serviços de Formação em Artes Visuais da Fundação de Cultura Cidade do Recife) e tendo como equipe Gabriela da Paz, Mércia Siqueira, Cristiane Mabel Medeiros e eu, aconteceu de modo muito gratificante.

Houveram mesas redondas, laboratórios metodológicos, videocasos e uma publicação.

Os palestrantes (Alemberg Quidins/CE, Stela Barbieri/SP, Juliana Prado /RJ, Cayo Honorato/SP, Zozilena Froz/PI, Narciso Telles/MG e Fernado Azevedo/PE) expuseram seus pontos de vistas (no auditório da Universidade Católica de Pernambuco, um de nossos apoiadores) trazendo-nos questionamentos válidos para repensarmos sobre nossas práticas tornando assim a possibilidade de diálogos com o público presente.

Os laboratórios metodológicos foi uma ação pensada por Nara Galvão, Joana D'Arc (Administradora e Coordenadora geral do educativo, consecutivamente, de um de nossos apoiadores, o Instituto Ricardo Brennand) e André Aquino como modo de experimentarmos na prática os discursos de nossos palestrantes Narciso Telles, Juliana Prado, Cayo Honorato e Zozilena Froz que se dividiram com grupos de participantes pelos espaços expositivos do museu citado e dialogou a prática com o público a partir das experiências das pesquisas/ações de cada um.

Os videocasos foram mostrados no último dia e se trataram de vídeos feitos pela Gabriela da Paz, de curta duração (de 4 a 7 minutos cada), que mostram ações que acontecem aqui na cidade do Recife e que lidam com as diversas linguagens artísticas travando o diálogo entre a Arte e a cidadania com as crianças e adolescentes.

Como tem sido desde o primeiro encontro, trabalhamos sempre em cima da frase "(...) dos diálogos que temos, aos diálogos que queremos (...)", e a publicação Caderno de Textos Diálogos entre Arte e Público não podia de estar de fora desse discurso. Como editor acidental, posso assim dizer convidamos profissionais de áreas diversas como História, Comunicações, Antropologia, Música, Circo, Pedagogia, Teatro, Sociologia, Museologia e Arte/Educação para dialogar suas experiências. Afinal, encontramos conexões e até possíveis soluções, para as nossas articulações dialogais entre a arte e o público em cada elemento que nos cerca presentes nas diversas áreas.

Para conhecer os videocasos, ler os artigos, os ver algumas imagens do evento, vocês podem acessar esse blog que criamos divulgando notícias e tendo o material sempre on-line.

Abraços,
Anderson Pinheiro
Arte-educador

Relembrando o 4o. Encontro Diálogos entre Arte e Público - 2009 - MUHNE

O 4º Encontro Diálogos entre Arte e Público, aconteceu nos dias 05 e 06 de outubro de 2009 no Museu do Homem do Nordeste sob organização e coordenação de Regina Buccini (Gerente de Serviços de Formação em Artes Visuais da Fundação de Cultura Cidade do Recife) e Anderson Pinheiro (Articulador da Rede de Educadores em Museus de Pernambuco), a partir de projeto idealizado e organizado por André Aquino.

O encontro promoveu a discussão e a divulgação de pesquisas e experiências que vão ao encontro da potencialização do inter-relacionamento entre arte e público, reunindo profissionais que, atuando em diferentes contextos de mediação cultural, possuam trabalhos de referência na área.

Nesta edição, o encontro propõe o seguinte questionamento “Educadores entre museus e salas de aula: que diálogos são esses?”, a partir do qual busca refletir acerca das estratégias colaborativas que agregam tanto os educadores que atuam em instituições culturais, como os educadores cuja atuação se dá no campo da educação formal.

Com essa discussão pretende-se colaborar para a construção de novas e mais consolidadas parcerias entre esses atores, responsáveis pela dinamização da democratização cultural.

05 de outubro de 2009

| Laboratório Metodológico

Convidadas: Rejane Coutinho (SP) | Miriam Celeste (SP)

Sinopse: Debate informal sobre estratégias de mediação a partir do espaço expositivo do Museu do Homem do Nordeste. No laboratório, os participantes buscarão formas de dialogar com a exposição, mapeando limites e possibilidades dessa mediação em diferentes contextos.

| Primeiro Diálogo

Debate: Formação de educadores entre museus e sala de aula.

Partindo de algumas questões pertinentes quanto à formação do educador de museu/mediador cultural e do educador de sala de aula/professor, as suas principais queixas e as possibilidades de efetuar parcerias entre ambos, o Primeiro Diálogo será direcionado, através das experiências das palestrantes em conjunto com as vivências com o público no Laboratório Metodológico, na busca de uma visualização sobre quais os diálogos que são possíveis de serem executados entre as partes envolvidas. Tentando assim compreender quais os melhores meios de encontrar conexões de atividades/ações desses educadores e suas formações recebidas durante os encontros pedagógicos nos museus.

Convidadas: Rejane Coutinho (SP) | Miriam Celeste (SP)

Mediação: Joana D’arc de Souza Lima (PE)

06 de outubro de 2009

| Oficina: Mediações intermidiáticas em vivências estético-digitais.

Convidada: Fernanda Cunha (GO)

Sinopse: O objetivo da oficina é proporcionar experiências intermidiáticas através da inter-relação dos meios digitais e não-digitais como mediadores nas vivências estético-digitais.

| Laboratório Metodológico

Convidada: Renata Bittencourt (SP)

Sinopse: Debate informal sobre estratégias de mediação problematizando a inserção de recursos tecnológicos como campo de possibilidades de mediação em espaços expositivos a partir da nova exposição do Museu do Homem do Nordeste. No laboratório, os participantes buscarão formas de dialogar com a exposição, mapeando limites e possibilidades dessa mediação em diferentes contextos.




| Segundo Diálogo

Debate: Interseções entre mediação cultural e linguagens midiáticas

O uso recorrente das novas tecnologias no cotidiano tem nos levado a deparar com as possibilidades pedagógicas presente em seus processos dialogais. Por outro lado, percebemos como a inserção do uso dessas tecnologias como registro de visita a espaços museais e culturais tem transtornado as ações de mediação desses setores educativos. Às vezes, esses recursos tecnológicos fazem parte da própria expografia museográfica servindo como recurso propositivo de mediação. Partindo dessas situações o Segundo Diálogo pretende dialogar com as ações efetuadas tanto na Oficina como no Laboratório Metodológico sobre das novas tecnologias como recursos educacionais, seja no espaço escolar como no museal, refletindo sobre a possibilidade de utilizá-los como recursos propositivos complementar para a mediação/educação.

Convidadas: Fernanda Cunha (GO) | Renata Bittencourt (SP)

Mediação: Sandra Helena Rodrigues (PE)

| Lançamento da Publicação

Diálogos entre Arte e Público - Anderson Pinheiro (PE)

As idéias presentes nos diálogos de cada autor e autora demonstram, através de artigos, ensaios e relatos de experiências, ações que são possíveis de serem executadas pelos Educadores entre museus e sala de aula. Essa segunda edição da publicação foi organizada também com muito diálogo de modo que fosse possível invadir o lugar de cada um e construir um espaço coletivo que são aqui apresentados em quatro eixos, “Imagem e Tecnologia”, “Mediação e Arte Contemporânea”, “Educadores entre museus e sala de aula” e “A Criança e o Museu”.