Dialogue + Dialoog + 對話 + Dialog + Диалог + Διάλογος + 대화

[do grego diálogos, pelo latim dialogus] – 1. Entendimento através da palavra, conversação, colóquio, comunicação. 2. Discussão ou troca de idéias, conceitos, opiniões, objetivando a solução de problemas e a harmonia. [dialogosentrearteepublico@gmail.com]

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CIRCO: Ainda é a maior diversão.


Gilberto Trindade


"Não tenho dúvida, a arte-educação é um dos caminhos, embora árduo, para a solidariedade. Essa expectativa tem uma dimensão maior quando tratamos do universo do Circo, pois esta arte tem proporções maiores a partir da sua lona, suas luzes, seus figurinos, seus adereços e suas técnicas". *

As escolas de Circo sociais têm uma rede de articulação coordenada e apoiada pela rede Circo do Mundo no qual faz parte o Cirque Du Solei, onde se trabalham vários pilares pedagógicos de trocas de experiências entre estas e somam-se uma média de 50 delas espalhadas pelo país. Uma das discussões mais ferrenhas nos encontros da rede é a tentativa de desmistificar a idéia da "salvação" por parte das escolas e ainda pelo senso comum que todas as crianças e jovens nestes projetos são de rua. O primeiro ponto é o papel da arte em diversas expressões, no caso o Circo não tem essa função social (salvacionista). Ela nasce da necessidade do homem comunicar-se e expressar-se como agente transformador do cotidiano, buscando elementos que o ajudem na sua performance como: objetos para jogar, equilibrar, fazer sumir, brincar com fogo, elemento que por muito tempo foi tão sagrado, domar animais, tirar proveito da sua comicidade ou de seu entorno, manipular o corpo de formas não pensadas, daí surge à arte circense como chamariz de uma conquista que integra respeito, confiança, troca de experiência, levando as crianças e os jovens que participam desses projetos a uma possibilidade de transformação nas suas vidas e das pessoas que estão ao seu redor e a comunidade familiar, pois na maioria dos casos esses educandos têm pai, mãe e irmãos, ou seja, um núcleo de família, mas preferem a rua pela vida difícil nos seus lares e esta apresenta desafios inusitados, por isso o fascínio do circo que envolve risco.

Existe toda uma metodologia para se aplicar os ensinamentos das técnicas circenses nos projetos sociais, com constantes encontros e capacitações, mas é sabido que não existem fórmulas; é a custo do dia-dia que se vai crescendo e contornando as dificuldades. De encontro a esse raciocínio, temos algumas ONG´S compostas de pessoas que sabem como proceder eticamente, mas usam a idéia "salvadora" para conquistar espaço em benefício próprio, principalmente, financeiro, existindo infelizmente muitos apoiadores para esse tipo de conduta.

Nas periferias, onde os Circos de bairros têm seu foco, a princípio desorganizados e sem pretensões de fazerem apresentações de alto nível, eles sabem exatamente (por uma rede de comunicação entre os afins) onde vão armar sua casa de espetáculos e que tipo de atrações irá interessar ao público, a sua sobrevivência, que os acompanha pela estrutura material e do espetáculo existindo uma forma de entretenimento particular que dialoga em perfeita sintonia com as comunidades das grandes cidades. A quantidade de público ao seu redor, a música a ser tocada, o figurino e os números que apresentarão, gerando uma renda razoável por três semanas (no mínimo), pois, muitas vezes, as mudanças requerem custo e há pouca disponibilidade de terrenos. Neste quadro o público comparece em massa por muitos motivos, desde esta identificação com o espetáculo até a proximidade da sua residência por economizar passagem, não precisando usar roupas que requeiram uma produção extra cotidiana, e pode levar toda a família, inclusive, o cachorro e os colegas do bairro, e por conta do baixo valor do ingresso, irá mais de uma vez àquele circo.

Na outra margem do show circense, temos as grandes companhias que exploram uma clientela específica, geralmente instalam seu espetáculo em grandes shoppings e teatros onde disponibilizam de uma infra-estrutura como: estacionamentos, segurança, conforto, aliado a um forte poder de marketing, liderado pela televisão; A principal característica destes espetáculos são as produções que aliam a tradição a uma forte inclusão de tecnologia para causar efeitos na apresentação, repercutindo diretamente no público, cativando-o, pois este tem uma enorme opção de lazer pelo seu alto poder aquisitivo.

A tradição circense familiar, onde gerações vão se perpetuando no fazer arte, está se perdendo principalmente neste começo de século, é inegável a contribuição das trupes contemporâneas vindas do teatro e dança, como também das escolas não importa que sejam elas de técnicas ou sociais, contribuem e contribuirão para uma quantidade e qualidade, à arte circense, e elas não negam a tradição, colocando-a numa perspectiva vanguardista não só como espetáculo como no sentido da platéia que dará este caráter, pois ela é mutante pela itinerância da vida circense e pelo sentido temporal das gerações que assistiram sentido temporal das gerações que a assistiram e irão desfrutar do "maior espetáculo da terra."

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* Trecho do artigo escrito pelo mesmo autor para Escola Pernambucana de Circo no encontro da rede Circo do Mundo no Recife, em 2007 "O futuro: Circo do Mundo para o Mundo".

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ISSN da publicação Dialogos entre Arte e Público

1983-9960

Relembrando o 3o. Encontro Diálogos entre Arte e Público - 2008 - IRB

O 3o. Encontro Diálogos entre Arte e Público, organizado por André Aquino (Gerente de Serviços de Formação em Artes Visuais da Fundação de Cultura Cidade do Recife) e tendo como equipe Gabriela da Paz, Mércia Siqueira, Cristiane Mabel Medeiros e eu, aconteceu de modo muito gratificante.

Houveram mesas redondas, laboratórios metodológicos, videocasos e uma publicação.

Os palestrantes (Alemberg Quidins/CE, Stela Barbieri/SP, Juliana Prado /RJ, Cayo Honorato/SP, Zozilena Froz/PI, Narciso Telles/MG e Fernado Azevedo/PE) expuseram seus pontos de vistas (no auditório da Universidade Católica de Pernambuco, um de nossos apoiadores) trazendo-nos questionamentos válidos para repensarmos sobre nossas práticas tornando assim a possibilidade de diálogos com o público presente.

Os laboratórios metodológicos foi uma ação pensada por Nara Galvão, Joana D'Arc (Administradora e Coordenadora geral do educativo, consecutivamente, de um de nossos apoiadores, o Instituto Ricardo Brennand) e André Aquino como modo de experimentarmos na prática os discursos de nossos palestrantes Narciso Telles, Juliana Prado, Cayo Honorato e Zozilena Froz que se dividiram com grupos de participantes pelos espaços expositivos do museu citado e dialogou a prática com o público a partir das experiências das pesquisas/ações de cada um.

Os videocasos foram mostrados no último dia e se trataram de vídeos feitos pela Gabriela da Paz, de curta duração (de 4 a 7 minutos cada), que mostram ações que acontecem aqui na cidade do Recife e que lidam com as diversas linguagens artísticas travando o diálogo entre a Arte e a cidadania com as crianças e adolescentes.

Como tem sido desde o primeiro encontro, trabalhamos sempre em cima da frase "(...) dos diálogos que temos, aos diálogos que queremos (...)", e a publicação Caderno de Textos Diálogos entre Arte e Público não podia de estar de fora desse discurso. Como editor acidental, posso assim dizer convidamos profissionais de áreas diversas como História, Comunicações, Antropologia, Música, Circo, Pedagogia, Teatro, Sociologia, Museologia e Arte/Educação para dialogar suas experiências. Afinal, encontramos conexões e até possíveis soluções, para as nossas articulações dialogais entre a arte e o público em cada elemento que nos cerca presentes nas diversas áreas.

Para conhecer os videocasos, ler os artigos, os ver algumas imagens do evento, vocês podem acessar esse blog que criamos divulgando notícias e tendo o material sempre on-line.

Abraços,
Anderson Pinheiro
Arte-educador

Relembrando o 4o. Encontro Diálogos entre Arte e Público - 2009 - MUHNE

O 4º Encontro Diálogos entre Arte e Público, aconteceu nos dias 05 e 06 de outubro de 2009 no Museu do Homem do Nordeste sob organização e coordenação de Regina Buccini (Gerente de Serviços de Formação em Artes Visuais da Fundação de Cultura Cidade do Recife) e Anderson Pinheiro (Articulador da Rede de Educadores em Museus de Pernambuco), a partir de projeto idealizado e organizado por André Aquino.

O encontro promoveu a discussão e a divulgação de pesquisas e experiências que vão ao encontro da potencialização do inter-relacionamento entre arte e público, reunindo profissionais que, atuando em diferentes contextos de mediação cultural, possuam trabalhos de referência na área.

Nesta edição, o encontro propõe o seguinte questionamento “Educadores entre museus e salas de aula: que diálogos são esses?”, a partir do qual busca refletir acerca das estratégias colaborativas que agregam tanto os educadores que atuam em instituições culturais, como os educadores cuja atuação se dá no campo da educação formal.

Com essa discussão pretende-se colaborar para a construção de novas e mais consolidadas parcerias entre esses atores, responsáveis pela dinamização da democratização cultural.

05 de outubro de 2009

| Laboratório Metodológico

Convidadas: Rejane Coutinho (SP) | Miriam Celeste (SP)

Sinopse: Debate informal sobre estratégias de mediação a partir do espaço expositivo do Museu do Homem do Nordeste. No laboratório, os participantes buscarão formas de dialogar com a exposição, mapeando limites e possibilidades dessa mediação em diferentes contextos.

| Primeiro Diálogo

Debate: Formação de educadores entre museus e sala de aula.

Partindo de algumas questões pertinentes quanto à formação do educador de museu/mediador cultural e do educador de sala de aula/professor, as suas principais queixas e as possibilidades de efetuar parcerias entre ambos, o Primeiro Diálogo será direcionado, através das experiências das palestrantes em conjunto com as vivências com o público no Laboratório Metodológico, na busca de uma visualização sobre quais os diálogos que são possíveis de serem executados entre as partes envolvidas. Tentando assim compreender quais os melhores meios de encontrar conexões de atividades/ações desses educadores e suas formações recebidas durante os encontros pedagógicos nos museus.

Convidadas: Rejane Coutinho (SP) | Miriam Celeste (SP)

Mediação: Joana D’arc de Souza Lima (PE)

06 de outubro de 2009

| Oficina: Mediações intermidiáticas em vivências estético-digitais.

Convidada: Fernanda Cunha (GO)

Sinopse: O objetivo da oficina é proporcionar experiências intermidiáticas através da inter-relação dos meios digitais e não-digitais como mediadores nas vivências estético-digitais.

| Laboratório Metodológico

Convidada: Renata Bittencourt (SP)

Sinopse: Debate informal sobre estratégias de mediação problematizando a inserção de recursos tecnológicos como campo de possibilidades de mediação em espaços expositivos a partir da nova exposição do Museu do Homem do Nordeste. No laboratório, os participantes buscarão formas de dialogar com a exposição, mapeando limites e possibilidades dessa mediação em diferentes contextos.




| Segundo Diálogo

Debate: Interseções entre mediação cultural e linguagens midiáticas

O uso recorrente das novas tecnologias no cotidiano tem nos levado a deparar com as possibilidades pedagógicas presente em seus processos dialogais. Por outro lado, percebemos como a inserção do uso dessas tecnologias como registro de visita a espaços museais e culturais tem transtornado as ações de mediação desses setores educativos. Às vezes, esses recursos tecnológicos fazem parte da própria expografia museográfica servindo como recurso propositivo de mediação. Partindo dessas situações o Segundo Diálogo pretende dialogar com as ações efetuadas tanto na Oficina como no Laboratório Metodológico sobre das novas tecnologias como recursos educacionais, seja no espaço escolar como no museal, refletindo sobre a possibilidade de utilizá-los como recursos propositivos complementar para a mediação/educação.

Convidadas: Fernanda Cunha (GO) | Renata Bittencourt (SP)

Mediação: Sandra Helena Rodrigues (PE)

| Lançamento da Publicação

Diálogos entre Arte e Público - Anderson Pinheiro (PE)

As idéias presentes nos diálogos de cada autor e autora demonstram, através de artigos, ensaios e relatos de experiências, ações que são possíveis de serem executadas pelos Educadores entre museus e sala de aula. Essa segunda edição da publicação foi organizada também com muito diálogo de modo que fosse possível invadir o lugar de cada um e construir um espaço coletivo que são aqui apresentados em quatro eixos, “Imagem e Tecnologia”, “Mediação e Arte Contemporânea”, “Educadores entre museus e sala de aula” e “A Criança e o Museu”.