Dialogue + Dialoog + 對話 + Dialog + Диалог + Διάλογος + 대화

[do grego diálogos, pelo latim dialogus] – 1. Entendimento através da palavra, conversação, colóquio, comunicação. 2. Discussão ou troca de idéias, conceitos, opiniões, objetivando a solução de problemas e a harmonia. [dialogosentrearteepublico@gmail.com]

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Teatro perto dos olhos e perto do coração


Williams Sant'Anna


O representar é uma característica humanamente humana. Fazer-se passar por algo ou por alguém que não se é remonta à nossa pré-história, quando os "homens da caverna" imitavam os sons dos animais no intuito de atraí-los à caça.


Diante da globalização, da presença cada vez mais marcante das mídias eletrônicas e dos processos de rápida comunicação e sua relação com as expressões artísticas, com a presença massificada (e massificadora) da produção televisiva e cinematográfica (graças, em grande parte, ao "mercado paralelo"), como a arte milenar da representação teatral pode encontrar seu espaço e constituir sua perenização?


As respostas talvez estejam fundamentadas em seus preceitos básicos – o teatro é uma arte eminentemente presencial, que requer a presença do seu intérprete-criador diante de um público-receptor. O teatro possui uma linguagem específica, que o diferencia e o distancia das outras que utilizam o ator (além da presença física), constituída a partir da análise e observação de atores, encenadores e teóricos, culminando na construção da teorização de sistemas e processos de encenação e, conseqüentemente, materialização de uma idéia ou texto transformado em expressão cênica – a teatralização. Existem inúmeras formas de transpor à cena, por exemplo, uma cachoeira. No cinema, a captação da imagem real da cachoeira seria suficiente para repassar ao público a imagem indiscutível do objeto, de forma precisa e inequívoca. Só o exercício permanente do diálogo entre o teatro e o público poderá criar laços estruturais entre eles. O teatro precisará estar perto dos olhos e perto do coração do seu público.


Três projetos merecem destaque no estabelecimento do contato constante, permanente e insurgente do Teatro com uma parcela da população que possui pouco acesso aos produtos artístico-culturais, numa promoção da Secretaria de Cultura do Recife e Fundação de Cultura Cidade do Recife.


O Projeto Educação Para o Teatro, construído inicialmente para contribuir com a formação do público para o Teatro e estimular o acesso ao Teatro Barreto Junior pela população do Pina e Brasília Teimosa, ocorre ininterruptamente há sete anos. Idealizado e coordenado pela Gerência de Serviço do Teatro Barreto Junior (Sr. Oswaldo Pereira) em parceria com as Gerências Operacionais de Teatro (Célio Pontes) e de Serviço de Teatro (Williams Sant'Anna), o Projeto estabeleceu uma relação com as escolas e entidades sociais do entorno do Teatro Barreto Junior. A partir de junho de 2006, com o fechamento do Teatro para reforma e requalificação técnica, o projeto adquiriu um outro formato – contando com o apoio do MTP – Movimento de Teatro Popular, levando os espetáculos às praças, ruas, pátios e quadras de escolas e entidades sociais, aproximando-o mais do universo cotidiano do seu público–alvo e estimulando os desdobramentos pedagógico-culturais de sua realização.

É nítida a familiarização que o Projeto estabeleceu entre o público e a linguagem teatral, bem como o estímulo à representação teatral e, conseqüentemente, à subjetividade dos alunos nas escolas, dinamizando os processos educativos.


O Projeto Multicultural de Artes Cênicas-Teatro, desenvolvido pela Gerência de Serviço de Teatro da FCCR, foi iniciado em julho de 2006 e objetiva levar espetáculos às comunidades, cumprindo a descentralização cultural, ampliando a possibilidade do escoamento da produção e estimulando a organização e produção teatral nas comunidades. Além dos espetáculos – que são levados às praças, auditórios, clubes e salões comunitários (com a realização posterior de um debate), escolas e organizações sociais têm levado seus grupos às casas de espetáculos. Essa segunda modalidade do Projeto contribui com a manutenção das temporadas (os ingressos são adquiridos diretamente dos grupos e produtores) e aproxima a comunidade dos equipamentos culturais do Recife. O Projeto ainda atende os alunos da rede municipal de ensino e do PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil da Prefeitura do Recife - e os grupos de idosos acompanhados pela Secretaria de Assistência Social.


Nas Refinarias Multiculturais Sítio Trindade e Nascedouro de Peixinhos, um outro projeto - Domingo é Dia de Teatro - tem promovido apresentações de espetáculos, aos domingos à tarde, com acesso gratuito, especialmente voltados ao público infanto-juvenil. O Sítio Trindade é notoriamente um espaço incorporado ao movimento cultural do Recife e legitimado pela presença constante do púbico em todas as realizações. Com a promoção das apresentações aos domingos o público ganha mais uma opção de lazer e entretenimento e estreita a relação e o dialogo com a representação teatral. Na nova Refinaria de Peixinhos, o Projeto vem adquirindo uma importância sócio-cultural e pedagógica, aproximando o público do equipamento cultural (a cada domingo a quantidade de espectadores é maior), numa alternativa de qualidade de lazer e entretenimento.


Certamente essas ações contribuem para a construção de uma relação diferenciada com o teatro, com reflexos na formação de cidadãos e profissionais de quaisquer áreas.

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ISSN da publicação Dialogos entre Arte e Público

1983-9960

Relembrando o 3o. Encontro Diálogos entre Arte e Público - 2008 - IRB

O 3o. Encontro Diálogos entre Arte e Público, organizado por André Aquino (Gerente de Serviços de Formação em Artes Visuais da Fundação de Cultura Cidade do Recife) e tendo como equipe Gabriela da Paz, Mércia Siqueira, Cristiane Mabel Medeiros e eu, aconteceu de modo muito gratificante.

Houveram mesas redondas, laboratórios metodológicos, videocasos e uma publicação.

Os palestrantes (Alemberg Quidins/CE, Stela Barbieri/SP, Juliana Prado /RJ, Cayo Honorato/SP, Zozilena Froz/PI, Narciso Telles/MG e Fernado Azevedo/PE) expuseram seus pontos de vistas (no auditório da Universidade Católica de Pernambuco, um de nossos apoiadores) trazendo-nos questionamentos válidos para repensarmos sobre nossas práticas tornando assim a possibilidade de diálogos com o público presente.

Os laboratórios metodológicos foi uma ação pensada por Nara Galvão, Joana D'Arc (Administradora e Coordenadora geral do educativo, consecutivamente, de um de nossos apoiadores, o Instituto Ricardo Brennand) e André Aquino como modo de experimentarmos na prática os discursos de nossos palestrantes Narciso Telles, Juliana Prado, Cayo Honorato e Zozilena Froz que se dividiram com grupos de participantes pelos espaços expositivos do museu citado e dialogou a prática com o público a partir das experiências das pesquisas/ações de cada um.

Os videocasos foram mostrados no último dia e se trataram de vídeos feitos pela Gabriela da Paz, de curta duração (de 4 a 7 minutos cada), que mostram ações que acontecem aqui na cidade do Recife e que lidam com as diversas linguagens artísticas travando o diálogo entre a Arte e a cidadania com as crianças e adolescentes.

Como tem sido desde o primeiro encontro, trabalhamos sempre em cima da frase "(...) dos diálogos que temos, aos diálogos que queremos (...)", e a publicação Caderno de Textos Diálogos entre Arte e Público não podia de estar de fora desse discurso. Como editor acidental, posso assim dizer convidamos profissionais de áreas diversas como História, Comunicações, Antropologia, Música, Circo, Pedagogia, Teatro, Sociologia, Museologia e Arte/Educação para dialogar suas experiências. Afinal, encontramos conexões e até possíveis soluções, para as nossas articulações dialogais entre a arte e o público em cada elemento que nos cerca presentes nas diversas áreas.

Para conhecer os videocasos, ler os artigos, os ver algumas imagens do evento, vocês podem acessar esse blog que criamos divulgando notícias e tendo o material sempre on-line.

Abraços,
Anderson Pinheiro
Arte-educador

Relembrando o 4o. Encontro Diálogos entre Arte e Público - 2009 - MUHNE

O 4º Encontro Diálogos entre Arte e Público, aconteceu nos dias 05 e 06 de outubro de 2009 no Museu do Homem do Nordeste sob organização e coordenação de Regina Buccini (Gerente de Serviços de Formação em Artes Visuais da Fundação de Cultura Cidade do Recife) e Anderson Pinheiro (Articulador da Rede de Educadores em Museus de Pernambuco), a partir de projeto idealizado e organizado por André Aquino.

O encontro promoveu a discussão e a divulgação de pesquisas e experiências que vão ao encontro da potencialização do inter-relacionamento entre arte e público, reunindo profissionais que, atuando em diferentes contextos de mediação cultural, possuam trabalhos de referência na área.

Nesta edição, o encontro propõe o seguinte questionamento “Educadores entre museus e salas de aula: que diálogos são esses?”, a partir do qual busca refletir acerca das estratégias colaborativas que agregam tanto os educadores que atuam em instituições culturais, como os educadores cuja atuação se dá no campo da educação formal.

Com essa discussão pretende-se colaborar para a construção de novas e mais consolidadas parcerias entre esses atores, responsáveis pela dinamização da democratização cultural.

05 de outubro de 2009

| Laboratório Metodológico

Convidadas: Rejane Coutinho (SP) | Miriam Celeste (SP)

Sinopse: Debate informal sobre estratégias de mediação a partir do espaço expositivo do Museu do Homem do Nordeste. No laboratório, os participantes buscarão formas de dialogar com a exposição, mapeando limites e possibilidades dessa mediação em diferentes contextos.

| Primeiro Diálogo

Debate: Formação de educadores entre museus e sala de aula.

Partindo de algumas questões pertinentes quanto à formação do educador de museu/mediador cultural e do educador de sala de aula/professor, as suas principais queixas e as possibilidades de efetuar parcerias entre ambos, o Primeiro Diálogo será direcionado, através das experiências das palestrantes em conjunto com as vivências com o público no Laboratório Metodológico, na busca de uma visualização sobre quais os diálogos que são possíveis de serem executados entre as partes envolvidas. Tentando assim compreender quais os melhores meios de encontrar conexões de atividades/ações desses educadores e suas formações recebidas durante os encontros pedagógicos nos museus.

Convidadas: Rejane Coutinho (SP) | Miriam Celeste (SP)

Mediação: Joana D’arc de Souza Lima (PE)

06 de outubro de 2009

| Oficina: Mediações intermidiáticas em vivências estético-digitais.

Convidada: Fernanda Cunha (GO)

Sinopse: O objetivo da oficina é proporcionar experiências intermidiáticas através da inter-relação dos meios digitais e não-digitais como mediadores nas vivências estético-digitais.

| Laboratório Metodológico

Convidada: Renata Bittencourt (SP)

Sinopse: Debate informal sobre estratégias de mediação problematizando a inserção de recursos tecnológicos como campo de possibilidades de mediação em espaços expositivos a partir da nova exposição do Museu do Homem do Nordeste. No laboratório, os participantes buscarão formas de dialogar com a exposição, mapeando limites e possibilidades dessa mediação em diferentes contextos.




| Segundo Diálogo

Debate: Interseções entre mediação cultural e linguagens midiáticas

O uso recorrente das novas tecnologias no cotidiano tem nos levado a deparar com as possibilidades pedagógicas presente em seus processos dialogais. Por outro lado, percebemos como a inserção do uso dessas tecnologias como registro de visita a espaços museais e culturais tem transtornado as ações de mediação desses setores educativos. Às vezes, esses recursos tecnológicos fazem parte da própria expografia museográfica servindo como recurso propositivo de mediação. Partindo dessas situações o Segundo Diálogo pretende dialogar com as ações efetuadas tanto na Oficina como no Laboratório Metodológico sobre das novas tecnologias como recursos educacionais, seja no espaço escolar como no museal, refletindo sobre a possibilidade de utilizá-los como recursos propositivos complementar para a mediação/educação.

Convidadas: Fernanda Cunha (GO) | Renata Bittencourt (SP)

Mediação: Sandra Helena Rodrigues (PE)

| Lançamento da Publicação

Diálogos entre Arte e Público - Anderson Pinheiro (PE)

As idéias presentes nos diálogos de cada autor e autora demonstram, através de artigos, ensaios e relatos de experiências, ações que são possíveis de serem executadas pelos Educadores entre museus e sala de aula. Essa segunda edição da publicação foi organizada também com muito diálogo de modo que fosse possível invadir o lugar de cada um e construir um espaço coletivo que são aqui apresentados em quatro eixos, “Imagem e Tecnologia”, “Mediação e Arte Contemporânea”, “Educadores entre museus e sala de aula” e “A Criança e o Museu”.